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Opinião

- Publicada em 26 de Fevereiro de 2019 às 01:00

A crise complexa e sem fim que assola a Venezuela

É mesmo difícil entender como a Venezuela passa pela maior recessão de sua história. São 12 trimestres seguidos de retração econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano, entre 2013 e 2017, teve queda de incríveis 37%. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, sendo o recurso praticamente a única fonte de receita externa do país.
É mesmo difícil entender como a Venezuela passa pela maior recessão de sua história. São 12 trimestres seguidos de retração econômica. O Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano, entre 2013 e 2017, teve queda de incríveis 37%. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, sendo o recurso praticamente a única fonte de receita externa do país.
Piorando o quadro, o presidente Nicolás Maduro manteve sua decisão de bloquear as fronteiras para evitar o repasse de doações internacionais. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil chamou o governo de Maduro de ilegítimo e criminoso, conclamando a comunidade internacional a reconhecer o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como novo presidente. De acordo com o Itamaraty, os conflitos registrados nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia são um brutal atentado aos direitos humanos.
Após a Primeira Guerra Mundial, sucessivos governantes venezuelanos deixaram o desenvolvimento agrícola e industrial de lado para focar em petróleo, que hoje responde por 96% das exportações, dependência quase total. A aposta no petróleo foi ótima enquanto o preço do barril estava alto.
Entre 2004 e 2015, nos governos de Hugo Chávez e no início do de Nicolás Maduro - eleito em 2013 após a morte de seu padrinho político, o país recebeu US$ 750 bilhões provenientes da venda de petróleo.
O governo chavista aproveitou a onda dos petrodólares para financiar programas sociais e as importações de praticamente tudo que era consumido no país. No entanto, a Justiça processou 90 ex-funcionários da Petroleo da Venezuel (Pdvsa) por corrupção.
O Departamento de Justiça dos EUA conduziu investigação com base em Miami que revelou um esquema de lavagem de dinheiro da Pdvsa que desviou US$ 1,2 bilhão, entre 2014 e 2015. Outro fator que prejudicou as finanças da Pdvsa foi a criação, no governo Chávez, da Petrocaribe, iniciativa na qual a Venezuela se comprometia a fornecer petróleo a preços muito baixos para países caribenhos aliados ao chavismo, com longos prazos para pagamento. Com o aprofundamento da crise, a iniciativa começou a minguar e países como Jamaica e República Dominicana passaram a buscar outros contratos para seu abastecimento.
A crise atingiu seu ápice quando o líder oposicionista Juan Guaidó, deputado de 35 anos, tomou posse no dia 11 de janeiro como presidente da Assembleia Nacional, e, depois, se declarou presidente interino do país. Ora, se com um presidente oficial a crise venezuelana era grande, com dois, então, o país parece estar mesmo à beira da desordem social, administrativa, diplomática e de abastecimento sem limites.
Para fugir dos problemas internos, cerca de 3 milhões de venezuelanos, cruzaram a fronteira, incluindo a Colômbia e o Brasil, buscando alimentos e medicamentos. Os governos dos Estados Unidos, do Brasil, da França, da Espanha, da Argentina, Albânia, Canadá, Chile, Colômbia, Dinamarca, Equador e Peru reconheceram Guaidó como novo mandatário venezuelano. Já a Bolívia, China, Cuba, Irã, México e Rússia declaram apoio a Maduro.
O que todos de bom senso pedem é que a crise termine em benefício do povo do país vizinho. E, ao contrário de afoitos irresponsáveis, nenhuma solução militar, inclusive para entregar a ajuda humanitária, seja tentada pelo Brasil ou qualquer outro país. Felizmente, esta possibilidade foi descartada, de pleno, pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelo comandante do Exército. A Venezuela é um país soberano e cabe aos venezuelanos resolverem os problemas.
 
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