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Opinião

- Publicada em 31 de Janeiro de 2019 às 01:00

Um vale de lágrimas que jamais poderá se repetir

Com 110 mortes confirmadas e ainda com mais de duas centenas de pessoas desaparecidas, a tragédia de Brumadinho não sairá do noticiário tão cedo, infelizmente. Mesmo que a vida continue em todo o Brasil, jornais, rádios e tevês estão atentos e noticiando tudo o que se passa na hoje tristemente localidade. Lá estão centenas de policiais militares e civis e bombeiros militares. As equipes especializadas de Israel, com modernos equipamentos para localizar pessoas e sinais de celulares, ficaram apenas três dias, mas eram preparadas para encontrar sobreviventes, e retornaram ao seu país.
Com 110 mortes confirmadas e ainda com mais de duas centenas de pessoas desaparecidas, a tragédia de Brumadinho não sairá do noticiário tão cedo, infelizmente. Mesmo que a vida continue em todo o Brasil, jornais, rádios e tevês estão atentos e noticiando tudo o que se passa na hoje tristemente localidade. Lá estão centenas de policiais militares e civis e bombeiros militares. As equipes especializadas de Israel, com modernos equipamentos para localizar pessoas e sinais de celulares, ficaram apenas três dias, mas eram preparadas para encontrar sobreviventes, e retornaram ao seu país.
Nas entrevistas, um ou outro familiar, pai, mãe, irmão, amigo, esposa ou esposa, ainda diz nutrir esperança de encontrar o ente querido. Com o passar das horas, entrando no sétimo dia desde que a avalanche de resíduos de minério de ferro correu pelo vale transformando-o em um rastro de morte e destruição, somente um milagre fará encontrar alguém vivo. Virou um vale de lágrimas, certamente. Corpos, estes sim, estão sendo levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, para a triste tarefa de identificação.
O agravante é que pelo menos 723 barragens em todo o País são classificadas, simultaneamente, como apresentando algum tipo de risco e também com dano potencial associado alto, segundo Relatório de Segurança de Barragens de 2017, da Agência Nacional de Águas (ANA). Mas, mesmo com os dias passando, o Brasil inteiro ainda se pergunta como isso pôde se repetir em Minas Gerais, com o antecedente de Mariana? Não se quer demonizar a Vale, na qual o governo federal tem participação, desde que foi privatizada. Entretanto, algo muito forte, administrativa, financeiramente e na área criminal é fundamental para dar uma resposta, agora não apenas à opinião pública nacional, mas igualmente aos demais países, estupefatos com a grandeza e, como dito, a repetição de algo que, segundo os técnicos, poderia ter sido evitado.
A empresa fará uma doação emergencial de R$ 100 mil a cada família das vítimas fatais da tragédia. Apenas uma doação, não é uma indenização, que será decidida pela Justiça em suas diversas instâncias. Evidentemente que não há dinheiro que traga de volta os que morreram soterrados pela lama mortífera que correu pelos campos e levando tudo que encontrava pela frente, veículos, moradias, pousada e pessoas que jamais imaginavam que algo parecido com Mariana voltasse a ocorrer em Minas Gerais. Apoio logístico e humanitário veio de Israel, da União Europeia em meio a condolências de muitos países e do Papa Francisco. Tudo ameniza, mas nada, como dito, trará de volta os que morreram e muitos dos que estão desaparecidos, dos quais boa parte deve estar morta, lastimavelmente.
O desastre deve servir de alerta para que os órgãos governamentais envolvidos em licenciamentos, autorizações e na fiscalização de algumas atividades sejam bem rigorosos nas exigências de segurança em trabalhos com tão alto risco à vida humana.
Mariana pouco ou quase nada serviu como alerta. Que Brumadinho entre para a história do Brasil não apenas pelo massacre humano que provocou, mas para uma reversão no trabalho de tantos órgãos públicos envolvidos na fiscalização, mas os quais, na prática, pouco ou quase nada fazem em termos de prevenção. Brumadinho é um monumento ao desleixo, à incompetência e à teoria de alguns, de que o lucro a tudo justifica no modelo capitalista em que vivemos. Uma terrível lição que jamais poderá ser esquecida. O preço pago em vidas humanas exige uma nova postura, paralisando barragens semelhantes, como prometido.
 
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