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Opinião

- Publicada em 17 de Janeiro de 2019 às 01:00

Reino Unido e as opções para sair da União Europeia

Depois de vencer a moção de desconfiança no Parlamento e da derrota fragorosa de sua proposta de acordo para o Brexit, a premiê britânica, Theresa May, tem apenas três opções se quiser sair do impasse. Nenhuma tem apoio garantido. A primeira seria sugerir uma união aduaneira, com o Reino Unido mantendo tarifas e regras comerciais europeias de modo duradouro. A segunda opção seria apoiar um mercado comum, mantendo o país como integrante da Área Econômica Europeia (EEA), em que vigora, além do livre fluxo de capitais, mercadorias e serviços, também o de pessoas.
Depois de vencer a moção de desconfiança no Parlamento e da derrota fragorosa de sua proposta de acordo para o Brexit, a premiê britânica, Theresa May, tem apenas três opções se quiser sair do impasse. Nenhuma tem apoio garantido. A primeira seria sugerir uma união aduaneira, com o Reino Unido mantendo tarifas e regras comerciais europeias de modo duradouro. A segunda opção seria apoiar um mercado comum, mantendo o país como integrante da Área Econômica Europeia (EEA), em que vigora, além do livre fluxo de capitais, mercadorias e serviços, também o de pessoas.
A terceira opção seria um novo referendo, pois tal sugestão, mesmo com resistências tanto entre trabalhistas quanto entre conservadores, é a preferida dos parlamentares favoráveis à permanência na UE. Isso evitaria a saída abrupta, sem acordo, que provocaria uma situação caótica a partir do dia 29 de março, data limite para o Brexit.
Ao contrário do plebiscito realizado de forma abstrata em junho de 2016, um novo referendo deixaria agora claras à população as opções concretas de Brexit: união aduaneira, mercado comum ou nada. Como as pesquisas sugerem que o Brexit seria derrotado, seus defensores considerariam essa alternativa a maior das traições ao espírito democrático do plebiscito de 2016.
A saída da União Europeia, negociada pela primeira-ministra Theresa May, resultou na pior derrota, 432 votos a 202, parlamentar de um governo na história recente do Reino Unido. Desta maneira, está aberta a possibilidade de uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia ou até mesmo uma reversão da decisão tomada em 2016 de deixar o bloco. Até a próxima segunda-feira, o governo tem de produzir uma proposta alternativa. Desorganizando ainda mais a situação política, a primeira-ministra superou uma moção de desconfiança em seu governo, o que a levaria a convocar novas eleições. Foi uma vitória com maioria apertada e ela segue na liderança governamental. Contemporizando, a Corte Europeia de Justiça anunciou que o Reino Unido poderia cancelar o Brexit unilateralmente sem sofrer qualquer sanção. Porém, o atual governo britânico apoia o Brexit, tendo costurado o acordo que foi derrotado na terça-feira, algo considerado humilhante, o que não ocorria desde 1864. Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales, juntos, formam o Reino Unido da Grã-Bretanha, mas a Irlanda do Norte é um Estado soberano.
Desde que a Grã-Bretanha votou, com 52% a favor e 48% contrários, em referendo de junho de 2016 para deixar a União Europeia, a classe política vem debatendo como deixar o projeto europeu forjado pela França e pela Alemanha após a devastação da Segunda Guerra Mundial.
Embora o país esteja dividido em relação à adesão à UE, a maioria concorda que a quinta maior economia do mundo está numa encruzilhada e que suas escolhas em relação ao Brexit moldarão a prosperidade das gerações futuras.
Quase dois meses e meio antes de a Grã-Bretanha deixar a UE, a derrota e a moção de desconfiança deixam em aberto uma série de resultados, desde a ressurreição do acordo proposto por May, abandonando a UE sem acordo algum, ou realizando outro referendo que poderia deter completamente o Brexit. Hoje, o Reino Unido sofre com as limitações impostas pela União Europeia para fechar acordos bilaterais. É a mesma dificuldade que o Brasil enfrenta em relação ao Mercosul. Mas, no mesmo dia, a União Europeia impôs cotas ao aço importado, atingindo o Brasil. Com a crise no Reino Unido, seria o momento certo para que o Brasil se aproximasse do bloco europeu.
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