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Opinião

- Publicada em 09 de Janeiro de 2019 às 01:00

Déficit habitacional é desafio para os novos governos

Sempre que são citados os desafios do governo federal, estão na frente Educação, Saúde e Segurança. Com certeza que estas frentes de trabalho oficial devem ser equacionadas com projetos e planejamento de curto, médio e longo prazos.
Sempre que são citados os desafios do governo federal, estão na frente Educação, Saúde e Segurança. Com certeza que estas frentes de trabalho oficial devem ser equacionadas com projetos e planejamento de curto, médio e longo prazos.
Porém, uma outra questão tem sido pouco citada, embora sua grande importância para a paz e o equilíbrio social, que é a moradia.
Está ficando claríssimo que a redução do crédito para financiamento de imóveis, o desemprego em alta a partir dos anos de crise e a queda na renda das famílias tornaram o sonho da casa própria ainda mais distante para milhares de brasileiros.
O déficit habitacional do País, que já era elevado, aumentou em mais de 220 mil imóveis entre 2015 e 2017, um triste recorde.
Levantamento feito pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que o déficit de moradias cresceu 7% em apenas 10 anos, de 2007 a 2017, tendo atingido 7,78 milhões de unidades habitacionais em 2017.
A maior parte do déficit é formada por famílias que ganham até três salários-mínimos por mês, mas a demanda por moradias também atinge consumidores de rendas intermediárias, que viram o mercado de trabalho ficar instável nos últimos anos e o crédito imobiliário mais escasso.
Além disso, o medo do desemprego ronda milhões de famílias brasileiras onde ainda há membros trabalhando no mercado formal.
Mas, há cerca de 12 milhões sem ter um emprego regular e, consequentemente, não se arriscam, há dois ou mais anos, em tomar empréstimo habitacional, pois não teriam como honrar as prestações.
As grandes construtoras têm feito lançamentos em Porto Alegre com um uma boa aceitação. No entanto, a maioria está no nicho que somente a classe média ou mesmo média alta pode adquirir.
Aí entram os projetos populares, mas que estão em falta. Sem recursos há anos, governos são tímidos - quando conseguem - no lançamento de conjuntos habitacionais, aqueles que estariam ao alcance das pessoas que ganham até três salários-mínimos.
O ideal, nestes modelos de financiamentos populares, será uma renda em torno dos cinco salários-mínimos por família, o que não é fácil nestes tempos de crise. Tanto é assim que jamais se viu tantas ofertas de venda e aluguel em apartamentos, lojas e outros módulos destinados ao comércio em geral, além de terrenos nos bairros da capital gaúcha.
A esperança é que neste ano de 2019 haja uma recuperação da economia. Com ela, mais pessoas em empregos formais e em condições de se lançar à aquisição de um imóvel.
Projeções indicam que a busca por moradia no País, nos próximos 10 anos, atingirá a marca de 1,2 milhão de imóveis por ano a serem construídos. Não é pouco, trata-se de grande tarefa.
Porém, com as projeções de baixa inflação e um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) maior neste ano, pode-se esperar sim uma melhora no panorama de compra/venda de imóveis residenciais.
Desta maneira, não devem os novos governos federal e do Rio Grande do Sul esquecer da ação forte por mais moradias. Fazer parcerias com as grandes empreiteiras que esperam um bom ano no setor pode ser uma boa opção a ser estudada. Afinal, ter um endereço fixo é fundamental à dignidade das pessoas.
 
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