Os brasileiros estão vivendo a expectativa de um novo ciclo de crescimento, mas que somente será viabilizado se o novo governo aproveitar o capital político conquistado nas urnas para rapidamente implementar as reformas estruturantes capazes de tornar o País mais seguro, com mais oportunidades de emprego e desenvolvimento.
Necessariamente, para se obter esse avanço, as reformas deverão ser de estado, e não do governo de plantão, evitando-se repetir erros do passado que tanto penalizaram a nação.
Entre as reformas indispensáveis para a rápida retomada do crescimento está a tributária, a fim de promover a redução do famigerado Custo Brasil ao qual o ministro Paulo Guedes se refere como "bolas de ferro" que retiram a capacidade de competir da nossa indústria.
Para se ter ideia do que vem acontecendo no Brasil, a indústria de transformação, em 1980, chegou a contribuir com 25% do PIB, com uma carga tributária de 24%. Em 2017, baixou para 11% do PIB, e a carga de impostos saltou para 44,5%, segundo dados da Firjan e da Fiesp.
Esta voracidade fiscal retirou grande parte do poder de competição da indústria do Brasil, pois onerou os custos de produzir no País, o que significa arrecadar mais em detrimento de investimentos necessários para garantir escala e maior competitividade.
Por tudo isso, a Abimaq vem buscando interlocução com o novo governo, mostrando a real situação do setor de bens de capital e alertando que antes da abertura de mercado é preciso atacar os fatores que penalizam a produção nacional.
Sem esse cuidado, nosso parque fabril estará ameaçado de sucateamento, com todas as mazelas daí decorrentes em termos de mais desemprego e menos oportunidades de desenvolvimento.
Vice-presidente da Abimaq-RS