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Opinião

- Publicada em 02 de Janeiro de 2019 às 01:00

Recuperação dos empregos deve ser meta permanente

O novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que tomou posse ontem, além das duas reformas fundamentais, a da Previdência, diminuindo, no médio prazo, o brutal déficit do setor, e a tributária, facilitando os negócios, deve trabalhar para que o investimento público passe dos atuais 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 4%. Isso é fundamental para gerar mais empregos, a maior necessidade do Brasil de 12,2 milhões de desempregados.
O novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que tomou posse ontem, além das duas reformas fundamentais, a da Previdência, diminuindo, no médio prazo, o brutal déficit do setor, e a tributária, facilitando os negócios, deve trabalhar para que o investimento público passe dos atuais 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 4%. Isso é fundamental para gerar mais empregos, a maior necessidade do Brasil de 12,2 milhões de desempregados.
Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) têm projeções semelhantes, imaginando um crescimento entre 2,4% e 2,7% em 2019. Se o País mantiver um crescimento médio de 2,5% ao ano, o desemprego, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, só voltará aos 6,8%, registrados em 2014, em quase 10 anos.
Assim, o Brasil pode levar quase uma década para voltar ao nível de desemprego que tinha antes da crise, caso o País cresça nos próximos anos no ritmo esperado para 2019. Isso porque, mesmo após o fim da recessão, a lenta retomada da economia e os adiamentos dos investimentos têm travado o mercado de trabalho.
O mais recente Boletim Focus, do Banco Central, projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresça cerca de 2,5% neste 2019. É melhor que o esperado para 2018, de 1,5%, mas bem abaixo do que o mercado imaginava no começo do ano. O excesso de ociosidade do setor produtivo e a baixa demanda interna têm levado a uma retomada lenta do emprego formal. Mesmo que o mercado de trabalho esteja melhor do que há um ano, ainda é o emprego informal - menos qualificado e com pior remuneração - que está reagindo com mais força.
Caso o Brasil cresça em média 4% ao ano, por exemplo, o desemprego volta ao nível de antes da crise em quatro ou cinco anos. Caso o novo governo consiga passar uma agenda robusta de reformas no Congresso e sinalizar uma mudança na trajetória da dívida pública, a confiança e o investimento voltam mais fortes e devem aquecer a economia e o mercado de trabalho.
Mas se acaso o desemprego ficar abaixo de 9%, apesar de positivo para o trabalhador, seria suficiente para pressionar preços e salários e fazer a inflação subir. O País levou cerca de 10 anos para chegar ao baixo nível de desocupação que tinha antes da crise e que ainda será um lento processo até o mercado de trabalho voltar aos eixos.
A desocupação recuou, hoje equivale a 12,2 milhões de pessoas, segundo a Pnad. Ainda que o desemprego tenha recuado nos últimos meses, os pesquisadores do Ibre estimam que a desocupação média de 2018 fique em 12,2%, o que faria do ano passado o segundo pior da série histórica. Para o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn, mesmo que o mercado de trabalho dê sinais de melhora, o desempenho ainda é tímido, se comparado ao número de vagas que foram perdidas durante a crise. Infelizmente, não dá para ser muito otimista com relação ao emprego regular, por mais que ele venha melhorando. O emprego formal demora a reagir, mesmo com o fim da recessão, e é um movimento que se sente no longo prazo.
Setores que foram profundamente afetados nos últimos anos, como a construção civil, têm potencial de crescimento em 2019. Apesar de as grandes obras de infraestruturas ainda estarem travadas, pela falta de investimentos, o mercado imobiliário começa a sinalizar que pode ter anos melhores pela frente, ainda segundo renomados analistas. Enfim, emprego, é isso que 12,2 milhões de brasileiros almejam há cerca de dois anos. E têm muita pressa em voltar a trabalhar.
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