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Opinião

- Publicada em 07 de Dezembro de 2018 às 01:00

Educação e eleições

Em 1532, na vila de São Vicente, sede da capitania do mesmo nome, ocorreu, de forma indireta, a primeira eleição do Brasil e das Américas. Instalava-se ali o embrião de um Pays de Cogagne no Novo Mundo, com seus alicerces institucionais corrompidos pela rapinagem e pelo parasitismo, realidade que veio a ser agravada, ao longo do tempo, em decorrência do descaso com a educação, omissão estatal que se refletiu na criação tardia de instituições educacionais e culturais. Até a primeira década do século XIX, o que foi realizado deve-se exclusivamente às ordens religiosas, com suas visões míopes do mundo, já que a reforma pombalina não teve o efeito desejado pela falta de professores aptos para o ofício.
Em 1532, na vila de São Vicente, sede da capitania do mesmo nome, ocorreu, de forma indireta, a primeira eleição do Brasil e das Américas. Instalava-se ali o embrião de um Pays de Cogagne no Novo Mundo, com seus alicerces institucionais corrompidos pela rapinagem e pelo parasitismo, realidade que veio a ser agravada, ao longo do tempo, em decorrência do descaso com a educação, omissão estatal que se refletiu na criação tardia de instituições educacionais e culturais. Até a primeira década do século XIX, o que foi realizado deve-se exclusivamente às ordens religiosas, com suas visões míopes do mundo, já que a reforma pombalina não teve o efeito desejado pela falta de professores aptos para o ofício.
Somente após 1808 surgiram instituições públicas e laicas de ensino por obra de D. João VI, iniciando-se, na prática, o fim do que Antônio Cândido denominou de "hegemonia intelectual dos conventos". Dessa época, passando pela Lei Saraiva, que introduziu o voto direto, mas ainda censitário, para os súditos do imperador Pedro II, até nossos dias, a cada campanha eleitoral, as "promessas divinas da esperança" (Castro Alves) vêm sendo aperfeiçoadas por candidatos-atores, com seus slogans risíveis, uns ávidos para entrar no eudemonístico Brasil oficial, e outros não querendo deixá-lo; estes esquecem que quem começa a repetir mandato não está cuidando de representar causas e, sim, interesses.
Ortega y Gasset dizia que a alma do povo se revela em cada escrutínio, como se a eleição fosse o espelho da psique coletiva. É necessário entender que eleição não muda um país onde o povaréu não é esclarecido, por uma singela razão: "Sem educação não há democracia" (John Dewey). Os verdadeiros problemas do Brasil, os estruturais, e como solucioná-los, de forma clara, passam ao largo dos debates entre os candidatos, que só dizem o que o eleitor panglossiano quer ouvir. Em toda eleição promessas se repetem e o povo - hipossuficiente e involuntariamente inculto -, jamais vê as soluções.
Advogado
 
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