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Opinião

- Publicada em 23 de Novembro de 2018 às 01:00

Mãe do rei

Montserrat Martins
Uma lição que não esqueço eu aprendi num Natal, no Interior, quando achei uma brincadeira de mau gosto (zombando das crenças dos outros) e disse isso para o marido de uma prima, que me respondeu assim: "Eu sou uma pessoa simples e as minhas brincadeiras são simples". Quem sou eu, para julgar os outros? Mas é isso que fazemos todos os dias, suscetíveis a piadas banais. Claro que há zoações agressivas, o "bullying", que pode ser muito nocivo e perigoso a pessoas mais vulneráveis. Mas ninguém vive sem falar bobagens para desestressar, inclusive nas redes sociais, "viradas em memes", mania nacional do momento.
Uma lição que não esqueço eu aprendi num Natal, no Interior, quando achei uma brincadeira de mau gosto (zombando das crenças dos outros) e disse isso para o marido de uma prima, que me respondeu assim: "Eu sou uma pessoa simples e as minhas brincadeiras são simples". Quem sou eu, para julgar os outros? Mas é isso que fazemos todos os dias, suscetíveis a piadas banais. Claro que há zoações agressivas, o "bullying", que pode ser muito nocivo e perigoso a pessoas mais vulneráveis. Mas ninguém vive sem falar bobagens para desestressar, inclusive nas redes sociais, "viradas em memes", mania nacional do momento.
O humor pode ser irreverente, preconceituoso, fantasioso, pode ser dos mais diversos tipos. O ditado "se diz a verdade brincando" retrata que, através do humor, expressamos nossos valores. Pessoas que riem das mesmas coisas criam uma cumplicidade: "O chiste é o padre disfarçado que une os casais", já disse Jean Paul.
Freud analisou "o chiste e sua relação com o inconsciente" e distinguiu o chiste inocente do tendencioso, que possui uma tendência ou objetivo específico. Um exemplo é a piada do rei que andava pelas ruas do seu domínio quando encontrou um aldeão muito parecido com ele. O rei, impressionado com a semelhança, pergunta a este: "a sua mãe já esteve na corte?". Ao que o aldeão respondeu: "não senhor, mas meu pai sim".
A mais elegante forma de humor é o filosófico (definição do psicólogo Abraham Maslow), que não ofenderia as pessoas, como também a autoironia, que expressa capacidade de autocrítica, mas isso é bem mais raro. No típico senso de humor brasileiro, gozar das fraquezas dos outros é que é engraçado. É ironizando e sendo ironizados, com "memes e contramemes" nas redes sociais e brincadeiras na vida pessoal, que vamos ter de aprender a conviver com as diferenças.
Psiquiatra, autor do livro
Em busca da Alma do Brasil
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