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Opinião

- Publicada em 21 de Novembro de 2018 às 01:00

Um lenço, por favor!

Tereza limpa a calçada em frente à loja todos os dias pela manhã. Várias vezes pela manhã e à tarde. Sorridente em seu uniforme azul varre, junta, acondiciona. Como se resolve isso? Todos os dias em tudo que é lugar latinhas, garrafas pet, sacolas, papel, tudo esparramado. Falta capricho. O pior são as pontas de cigarro jogadas e chicletes amassados. Não desgrudam do chão, entalam.
Tereza limpa a calçada em frente à loja todos os dias pela manhã. Várias vezes pela manhã e à tarde. Sorridente em seu uniforme azul varre, junta, acondiciona. Como se resolve isso? Todos os dias em tudo que é lugar latinhas, garrafas pet, sacolas, papel, tudo esparramado. Falta capricho. O pior são as pontas de cigarro jogadas e chicletes amassados. Não desgrudam do chão, entalam.
Passa uma senhora que leva a mão ao nariz para não sentir o mau cheiro. Um carro desvia de uma "long neck". Um pouco adiante, o contêiner mais parece uma ilha rodeada pelo plástico, pedaços de algum móvel e sacolas abertas com restos de comida. Ilha de lixo como a do Pacífico. A "sopa" de plástico entre a costa da Califórnia e o Havaí tem mais tamanho que quatro estados como o nosso. Aqui e ali, em terras e águas do planeta afora se juntam manchões de detritos e sobretudo plásticos que não apenas sujam.
Sufocam peixes, estrangulam tartarugas e alimentam nossa alienação. Onde ficou a educação ambiental tão propalada nos últimos cinquenta anos? Não há conferência de meio ambiente que não paute a questão dos descartes, efluentes, resíduos e restos. Fomos todos derrotados? Preferimos ignorar respostas. Porque não é só do lixo que desviamos.
Engamo-nos em proposições. Terceirizamos atitudes. Sujamos nossas mentes. Rasgamos projetos. Iludimo-nos culpando a muitos. Isentamo-nos das corresponsabilidades. A cidade não é dos outros. É nossa. As ilhas não surgem sozinhas. Somos nós que as amontoamos. Tereza, obrigado por cuidares das calçadas. Quem sabe algum dia amanheçam limpas e possas ver que não só varreste mas nos alertaste.
Chega um senhor e após profundo ronco escarra a gosma gutural no meio-fio. Esfrega a mão na boca escorrida. Enxuga umidades na manga. Segue adiante. Simples assim. O chão serviu de lenço.
Analista ambiental
 
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