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Opinião

- Publicada em 21 de Novembro de 2018 às 01:00

O Brasil ainda deve a inclusão social dos negros

O Brasil muito deve aos negros. Eles, os índios e os brancos portugueses amalgamaram uma Nação com muitos predicados de tolerância. Miscigenação quase plena, com heranças na culinária, na religiosidade, na tolerância, no amor à música. Mas, apesar disso tudo, a escravidão foi uma mancha, uma ferida na formação do Brasil. Por isso, passados 130 anos do fim oficial da escravidão, com a chamada Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888, o Brasil ainda deve uma inclusão total dos negros em diversos escalões da sociedade.
O Brasil muito deve aos negros. Eles, os índios e os brancos portugueses amalgamaram uma Nação com muitos predicados de tolerância. Miscigenação quase plena, com heranças na culinária, na religiosidade, na tolerância, no amor à música. Mas, apesar disso tudo, a escravidão foi uma mancha, uma ferida na formação do Brasil. Por isso, passados 130 anos do fim oficial da escravidão, com a chamada Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888, o Brasil ainda deve uma inclusão total dos negros em diversos escalões da sociedade.
Libertos, os negros, homens, mulheres, jovens e idosos e mesmo crianças foram largados à própria sorte, analfabetos, sem saber nada além do que faziam por séculos, servir aos seus amos para trabalhar de sol a sol, nas lavouras, produzindo riquezas para seus donos de vida e morte, literalmente.
A escravidão começou no Brasil no século XVI. Os colonos portugueses primeiro escravizaram os índios nativos. Mas, a oposição dos religiosos dificultou esta prática. Os colonos então partiram para suas colônias na África e trouxeram os negros para trabalhar nos engenhos de açúcar da Região Nordeste. Os escravos também trabalharam nas minas de ouro, a partir da segunda metade do século XVIII. Tanto nos engenhos quanto nas minas, executavam tarefas difíceis e perigosas.
A maioria dos escravos recebia tratamento muito ruim. Comiam alimentos de péssima qualidade, dormiam na senzala, galpão úmido e escuro, e recebiam castigos físicos. Para vir ao Brasil, eram transportados em navios negreiros que apresentavam péssimas condições. Muitos morriam durante a viagem. Aqui, os comerciantes de escravos vendiam os negros como se fossem mercadorias.
Simbolicamente e para reparar essa injustiça praticada por séculos, em 20 de novembro temos o Dia da Consciência Negra, feriado facultativo nos municípios. A data homenageia Zumbi, um africano que nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade. Mais tarde ele voltaria para sua terra natal e seria líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695. A vida marginal e o subemprego continuaram sendo a marca da vida dos negros por décadas no século passado. Claro que ocorreram exceções, com negros conseguindo estudar e tendo uma instrução de nível superior, cujo exemplo recente e exaltado é o do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
Mesmo em meio a tantas dificuldades, atualmente, os negros formam o maior contingente de empreendedores no Brasil, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada pelo Sebrae em 2017. O grupo representa 38,8% dos pequenos negócios no País, contra 32,9% dos brancos e lidera tanto no ranking dos empresários já estabelecidos, quanto iniciantes. A pesquisa revelou que os empreendedores negros têm maior proporção de jovens, com 43% até 34 anos, contra 39% entre brancos. Porém, na comparação salarial, os negros continuam ganhando menos e têm escolaridade inferior aos brancos. No Rio Grande do Sul, por meio da Lei Estadual nº 8.352, 20 de novembro é feriado facultativo nos municípios. Mas, toda uma cultura deve ser moldada à igualdade racial.
Prova disso é que somente nos últimos anos, na publicidade e em novelas de televisão vemos personagens negros com destaque, fora do estereótipo de empregados domésticos. Temos que persistir pela inclusão total dos negros brasileiros.
 
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