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Opinião

- Publicada em 30 de Outubro de 2018 às 01:00

Bolsonaro terá que dialogar muito por reformas

A vontade de mudança foi o principal fator na eleição de 2018. Basta ver o que ocorreu tanto na Câmara dos Deputados como no Senado. Teremos um novo Congresso Nacional. A dúvida é se essa profunda renovação permitirá o estabelecimento de novas relações políticas no interior das duas Casas e entre o Legislativo e o Executivo.
A vontade de mudança foi o principal fator na eleição de 2018. Basta ver o que ocorreu tanto na Câmara dos Deputados como no Senado. Teremos um novo Congresso Nacional. A dúvida é se essa profunda renovação permitirá o estabelecimento de novas relações políticas no interior das duas Casas e entre o Legislativo e o Executivo.
Ou se logo a frustração vai se abater sobre o eleitorado tão sequioso de práticas republicanas, inovadoras e que possibilitem rapidamente uma transformação política. Da mesma forma, o PT, baseado nos seus milhões de votos, promete oposição no Congresso, e as reformas terão que contar com o apoio mais amplo do que apenas o PSL e os partidos adeptos no segundo turno.
No entanto, a decepção com os políticos em geral foi o fato de que mais de 11 milhões de brasileiros votaram em branco e nulo no segundo turno das eleições. Jair Bolsonaro, do PSL, foi o vencedor, escolhido por 57,7 milhões de brasileiros, e Fernando Haddad (PT) foi a opção de outros 47 milhões.
A rigor, o novo presidente terá que montar um presidencialismo de adesão, mesmo que isso gere desconforto. As reformas anunciadas por Bolsonaro ainda como candidato são tão importantes quanto difíceis de serem aprovadas sem um amplo apoio no Congresso. Para uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) passar pelo plenário em dois turnos são necessários os votos de 3/5 dos deputados, ou 308 a favor.
O novo presidente terá de lidar com um Congresso mais pulverizado - uma dificuldade extra para costurar apoios. O presidente eleito necessita apresentar uma mensagem de serenidade, equilíbrio e paz. Mostrar que a eleição já passou. Que agora pretende ser presidente de todos os brasileiros. Não será tarefa fácil.
Em um País saturado por escândalos de corrupção e altas taxas de violência e desemprego, seu discurso antissistema encontrou apoio nas mais diversas camadas sociais e sua candidatura pelo pequeno PSL, ao qual se filiou neste ano, o ajudou a construir sua imagem distante dos grandes escândalos que afetam muitos de seus pares no Congresso.
Também superou as reticências dos mercados, anunciando que, vitorioso, como concretizou-se, nomeará como ministro da Fazenda o economista Paulo Guedes. Guedes é um defensor das privatizações e de medidas de austeridade para sanear as contas públicas. Porém, se quiser tirar do papel suas propostas de campanha terá de garantir apoio confortável na Câmara.
Fernando Haddad, do PT, fez o que pode, mas o desgaste do seu partido após 13 anos de governo e com a corrupção embasando críticas de todos os lados era mesmo difícil de ser superado.
Outra reforma é a tributária, pois o Brasil tem um sistema tributário complexo, com mais de 200 mil normas fiscais em vigência no País. Temos a maior carga tributária da América Latina e uma das maiores do mundo, com 33% do PIB.
O Brasil espera muito de Bolsonaro, em comum acordo de trabalho com os demais Poderes, no que for possível, usando de suas prerrogativas constitucionais. Nada de imposições estapafúrdias muito menos de ameaças à ordem constitucional.
Há muito o que fazer para modernizar o Brasil, promover mais inclusão social por meio da educação, da saúde, da habitação e empregos. E isso virá no rastro de investimentos programados sucessivos e com metas factíveis ano após ano.
 
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