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Opinião

- Publicada em 25 de Outubro de 2018 às 01:00

A democracia em chamas

No primeiro turno das eleições fomos alertados que empresas estavam intimidando os trabalhadores, obrigando-os a usar camisetas com propaganda política, promovendo reuniões intimidatórias, enviando mensagens eletrônicas e instruindo setores de gerência a atuarem como cabos eleitorais. Ficamos perplexos, pois acreditávamos que o voto de cabresto, usual nas primeiras décadas do século passado, havia sido eliminado da nossa cultura política.
No primeiro turno das eleições fomos alertados que empresas estavam intimidando os trabalhadores, obrigando-os a usar camisetas com propaganda política, promovendo reuniões intimidatórias, enviando mensagens eletrônicas e instruindo setores de gerência a atuarem como cabos eleitorais. Ficamos perplexos, pois acreditávamos que o voto de cabresto, usual nas primeiras décadas do século passado, havia sido eliminado da nossa cultura política.
A contundente nota pública do procurador--geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury - "Se ficar comprovado que empresas estão, de alguma forma e ainda que não diretamente, sugestionando os trabalhadores a votar em determinado candidato ou mesmo condicionando a manutenção dos empregos ao voto em determinado candidato, essa empresa vai estar sujeita a uma ação civil pública, inclusive com repercussões no sentido de indenização pelo dano moral causado àquela coletividade" - não foi suficiente para inibir empresários dispostos a colocar o seu poder econômico e capacidade de coação a serviço dos seus candidatos. Munidos de provas, recorremos ao Ministério Público do Trabalho e fomos informados da existência de investigações em curso. Mais: já foram firmados acordos judiciais com uma construtora, em Carazinho, uma empresa de móveis, em Tupandi, com unidades em quatro municípios do RS, uma indústria de móveis, em Gramado, e uma fumageira, em Venâncio Aires. Quando os empresários compreenderão que somente é possível modernizar a sociedade com a valorização dos trabalhadores? Quando farão parte de um projeto voltado para o crescimento industrial e o incremento de tecnologia com a geração de empregos e a elevação da renda? Quando entenderão que a estabilidade se forja com desenvolvimento econômico e combate às desigualdades?
Eles já deviam saber que o trabalho sem direitos e a tentativa de destruição da democracia não transformarão o Brasil em uma grande nação.
Metalúrgico e presidente da CUT-RS
 
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