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Estamos a poucas horas da eleição mais renhida dos últimos anos. O pleito foi marcado por características inéditas, a começar pelo tempo de duração - pouco mais de 40 dias de campanha -, passando pela supremacia das redes sociais e transformação da comunicação entre candidato e eleitor. Amizades foram rompidas ou abaladas, fenômeno reproduzido, inclusive em grupos de WhatsApp de famílias, o clima belicoso que se ampliou no segundo turno. Ao contrário do senso comum, não vejo no processo eleitoral um ponto fora da curva em relação à beligerância entre as pessoas. Constato que a intolerância está em todos os lugares. Do trânsito à fila do supermercado, do atendimento no restaurante ao relacionamento com o professor do filho que foi advertido na escola. Ninguém mais tem paciência. Por ironia, na era da comunicação plena, que nos deixa conectados 24 horas por dia, as pessoas desaprenderam a conversar. Existe uma busca inconsciente de relacionamento somente com quem comunga das mesmas ideias. No âmbito político o clima fica ainda mais evidente porque o País passa por um momento conturbado, de radicalização e dificuldade geral. Os ânimos estão exaltados, as ofensas proliferam em todas as plataformas. Na próxima segunda-feira antevejo momentos de constrangimento entre amigos que durante a eleição trocaram farpas virtuais. Parentes irão se reencontrar no churrasco de domingo, colegas de trabalho se reencontrarão na cozinha do escritório, encontros no elevador terão sorrisos amarelos.
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Estamos a poucas horas da eleição mais renhida dos últimos anos. O pleito foi marcado por características inéditas, a começar pelo tempo de duração - pouco mais de 40 dias de campanha -, passando pela supremacia das redes sociais e transformação da comunicação entre candidato e eleitor. Amizades foram rompidas ou abaladas, fenômeno reproduzido, inclusive em grupos de WhatsApp de famílias, o clima belicoso que se ampliou no segundo turno. Ao contrário do senso comum, não vejo no processo eleitoral um ponto fora da curva em relação à beligerância entre as pessoas. Constato que a intolerância está em todos os lugares. Do trânsito à fila do supermercado, do atendimento no restaurante ao relacionamento com o professor do filho que foi advertido na escola. Ninguém mais tem paciência. Por ironia, na era da comunicação plena, que nos deixa conectados 24 horas por dia, as pessoas desaprenderam a conversar. Existe uma busca inconsciente de relacionamento somente com quem comunga das mesmas ideias. No âmbito político o clima fica ainda mais evidente porque o País passa por um momento conturbado, de radicalização e dificuldade geral. Os ânimos estão exaltados, as ofensas proliferam em todas as plataformas. Na próxima segunda-feira antevejo momentos de constrangimento entre amigos que durante a eleição trocaram farpas virtuais. Parentes irão se reencontrar no churrasco de domingo, colegas de trabalho se reencontrarão na cozinha do escritório, encontros no elevador terão sorrisos amarelos.
Para o fortalecimento da democracia é conveniente que a energia despendida nas discussões seja canalizada à fiscalização dos eleitos. O tempo gasto com ofensas deve, a partir da posse, ser canalizado na consulta de sites e páginas na internet e para vasculhar jornais e revistas a fim de conferir se as promessas serão cumpridas. Espero que as peculiaridades da eleição sejam aperfeiçoamento de nossa jovem democracia. E que as conflagradas relações interpessoais tenham servido para comprovar a importância da discussão de ideias com respeito e tolerância.