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Opinião

- Publicada em 23 de Outubro de 2018 às 01:00

O adesismo e a barreira de princípios

Após o primeiro turno das eleições, é pertinente lembrar o eco do arrivismo que inúmeras vezes pautou a disputa entre a "banda de música" da UDN (União Democrática Nacional) e o populismo varguista na década de 1950. Tal eco continua ressonando em tempos hodiernos com um som impecável por meio de vozes autoproclamadas éticas, emanadas de todos os matizes e direções. Em um coro padronizado, essas vozes, cujos donos estão em um nível delinquencial uniforme, transformam-se em histriônica vociferação contra os que se deixaram flagrar cometendo pequenos ou grandes delitos, em meio ao enaltecimento dos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Após o primeiro turno das eleições, é pertinente lembrar o eco do arrivismo que inúmeras vezes pautou a disputa entre a "banda de música" da UDN (União Democrática Nacional) e o populismo varguista na década de 1950. Tal eco continua ressonando em tempos hodiernos com um som impecável por meio de vozes autoproclamadas éticas, emanadas de todos os matizes e direções. Em um coro padronizado, essas vozes, cujos donos estão em um nível delinquencial uniforme, transformam-se em histriônica vociferação contra os que se deixaram flagrar cometendo pequenos ou grandes delitos, em meio ao enaltecimento dos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Nessa realidade, despontam alguns artifícios e criam-se símbolos e imagens - ao estilo da "vassoura" de Jânio Quadros, que, depois de falecido, descobriu-se ter uma conta bancária secreta na Suíça -, com o fim de atender aos anseios dos eleitores deste pobre País onde são escassos os intelectos esclarecidos. Muitos candidatos, vencidos e até vencedores no primeiro turno, com baixa consistência intelectual e alto temperamento panfletário - versáteis como Benjamin Constant, que foi monarquista, republicano e até bonapartista -, todos ávidos em permanecer ou entrar no Brasil oficial, oferecem seus préstimos e apoio incondicional a candidatos a governadores de Estado e/ou a presidente da República. É a materialização da máxima franciscana "é dando que se recebe".
Afinal, em um País em decomposição moral, onde a compulsão ao adesismo rende bons frutos, se a sorte ajudar, o "céu dos princípios" (Bobbio) está sempre encoberto, razão pela qual são raros homens públicos como o deputado federal pelo Rio Grande do Sul Arthur Caetano, que, em discurso pronunciado na sessão de 20/08/1924, disse que "entre nós e o senhor Borges de Medeiros, erguia-se, intransponível, a barreira dos princípios" (O Povo contra a tyrannia: discursos parlamentares, Arthur Caetano).
Advogado
 
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