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Opinião

- Publicada em 19 de Outubro de 2018 às 01:00

A educação pública pede socorro

Você sobreviveria com 34 meses de salário atrasado e parcelado? Trabalhando todos os dias sem saber quando vai receber? Sem qualquer reajuste há quatro anos enquanto a inflação corrói o poder de compra? Nós, professores(as) e funcionários de escola do Estado, não temos escolha. É possível falar sobre qualidade de ensino sob esse terrorismo?
Você sobreviveria com 34 meses de salário atrasado e parcelado? Trabalhando todos os dias sem saber quando vai receber? Sem qualquer reajuste há quatro anos enquanto a inflação corrói o poder de compra? Nós, professores(as) e funcionários de escola do Estado, não temos escolha. É possível falar sobre qualidade de ensino sob esse terrorismo?
É grave o sofrimento psíquico que assola a nossa categoria, adoecida pelo descaso, o empobrecimento e o ambiente de trabalho cada vez mais hostil e persecutório. Não queremos fazer da dor uma bandeira política. Mas a indiferença mata. Multiplicam-se os casos de infarto e depressão, incluindo uma alarmante elevação no número de colegas que chegam ao extremo de tirar a própria vida.
Ninguém trabalha o mês inteiro apenas por amor. Nós também temos famílias, contas, obrigações, expectativas e sonhos. Não somos meros números na folha de pagamento do Estado. As decisões políticas têm consequências reais em vidas reais. Não há país no mundo que tenha atingido patamares elevados de desenvolvimento econômico e social sem investimentos públicos pesados em educação. Mas, no Brasil, o orçamento federal está congelado por 20 anos e, para "reduzir gastos", a Reforma do Ensino Médio propõe 40% das aulas à distância.
Nestas eleições, um candidato defende Educação a Distância desde o Ensino Fundamental. Se as crianças ficarem em casa, como as mães vão trabalhar fora? Como garantir o acesso para quem sequer tem computador e internet? Para fazer isso, será necessário terceirizar as aulas para empresas que ofertam o serviço, levando à demissão em massa de educadores.
O cenário nos leva a fortalecer a unidade dos trabalhadores para resistir. Mas a educação que sobrevive apenas da resistência é uma educação frágil e doente. Até quando este massacre vai continuar? Quantos colegas mais perderemos? A educação pública pede socorro!
Presidente do Cpers Sindicato
 
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