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Opinião

- Publicada em 09 de Outubro de 2018 às 01:00

Equilibrar as contas públicas para retomar a confiança

Tudo será decidido dia 28 de outubro, para presidente da República. Para candidatos a governador em 13 estados e no Distrito Federal, igualmente teremos segundo turno. Mas, após os discursos dos dois primeiros colocados na corrida para o Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), ficou a sensação de que nenhum deles vai querer anunciar medidas amargas para conter o crescimento do déficit público.
Tudo será decidido dia 28 de outubro, para presidente da República. Para candidatos a governador em 13 estados e no Distrito Federal, igualmente teremos segundo turno. Mas, após os discursos dos dois primeiros colocados na corrida para o Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), ficou a sensação de que nenhum deles vai querer anunciar medidas amargas para conter o crescimento do déficit público.
Além disso, a dívida federal está beirando os 80% do Produto Interno Bruto (PIB), e isso bloqueia investimentos. É que a situação não está boa e, se não houver contenção de despesas, o empresariado não terá confiança em 2019. Sem confiança, não fará investimentos. Sem investimentos, não teremos a abertura de empregos, a maior necessidade brasileira desde 2015. Desta forma, a questão orçamentária é o primeiro nó de uma corrente que termina no bolso do brasileiro.
Ao contrário das propostas de impacto mais rápido, como o aumento do crédito, essa reforma seria uma via indireta de melhorar a renda das famílias e permitir que voltem a consumir, porque animaria os empresários a contratar. Atualmente, o empresariado, seja o nacional como também muitos estrangeiros, não deixam de contratar porque a situação está ruim hoje, mas porque imaginam que também estará no ano que vem. Caso passem a acreditar que o País vai crescer, voltam a abrir vagas.
Assim, estarão se preparando para o aumento da demanda no futuro. O desemprego no Brasil estabilizou em torno dos 12%, mas esse é ainda um percentual altíssimo. Desta forma, é um dos principais motivos da queda na confiança do consumidor, cujos índices recentes indicam pessimismo. Sem uma fonte segura de renda, o brasileiro evita gastar e não contribui para o aquecimento da economia. Isso é elementar.
Os dois candidatos, seja em nível federal, como para o governo do Estado, devem deixar bem claro que tratarão de continuar na busca do equilíbrio das contas públicas. Não adianta anunciar obras, melhoria de vencimentos, reformas e mais escolas, saúde e segurança sem ter dinheiro no Tesouro, algo corriqueiro há anos, tanto em Brasília como no Piratini. Nas semanas da campanha para o segundo turno devem, pois, se focar neste tema mais do que básico, equilibrar as contas da União fazendo as reformas necessárias, da mesma forma que aqui no Rio Grande do Sul.
Caso contrário serão falas, discursos e promessas que não se concretizarão. Mais uma frustração para os eleitores, não importando em que candidato votem, tanto no plano nacional como no regional. Bolsonaro ou Haddad, José Ivo Sartori (MDB) ou Eduardo Leite (PSDB), todos devem ter a ideia fixa de equilibrar as contas públicas.
Os milhões de desempregados são o resultado da estagnação econômico-financeira causada pelo descontrole nas contas dos governos federal e estadual, ainda que algumas medidas tenham sido tomadas.
Para tanto e como sempre, têm que montar uma base de apoio no Congresso e na Assembleia Legislativa para que apoiem medidas de contenção. Elas são, maneira geral, antipáticas e parlamentares da atual legislatura não aprovaram muitas delas, no Congresso Nacional ou no Palácio Farroupilha.
Não se prega um presidencialismo de coalizão que tantos males tem causado ao País ao longo de décadas. Porém, medidas duras devem ser anunciadas e aprovadas desde janeiro de 2019. Caso contrário, ficaremos no discurso e nos curvando debaixo do sofrimento dos milhões de desempregados sem dar-lhes uma esperança de dias melhores.
 
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