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Opinião

- Publicada em 03 de Outubro de 2018 às 01:00

Gatos e ratos

Quando jovem, contou-me o senhor Fialho, um operário de um depósito de gêneros alimentícios na avenida Voluntários Pátria em Porto Alegre. Tinha como uma de suas tarefas combater os ratos que vinham das entranhas pútridas e pestilentas do subsolo da cidade. Vinham na escuridão da noite quando os trabalhadores descansavam para, no outro dia, reiniciar o trabalho de carregar sacos de cereais de cinquenta quilos, empilhando-os em montes aqueles humildes estivadores braçais. Há mais de meio século era difícil, não havia tecnologia e leis severas, no entanto, sabiam os proprietários da necessidade dos cuidados dos produtos. Abasteciam a cidade, tinham ciência do perigo caso as ratazanas tivessem contato com os mesmos, poderiam contaminá-los, eis que portadores e hospedeiros de diversos males, como a peste bubônica, leptospirose, a bactéria espiroqueta que, na enchente de 1941, causou muitas contaminações, como consequência a debilidade mental.
Quando jovem, contou-me o senhor Fialho, um operário de um depósito de gêneros alimentícios na avenida Voluntários Pátria em Porto Alegre. Tinha como uma de suas tarefas combater os ratos que vinham das entranhas pútridas e pestilentas do subsolo da cidade. Vinham na escuridão da noite quando os trabalhadores descansavam para, no outro dia, reiniciar o trabalho de carregar sacos de cereais de cinquenta quilos, empilhando-os em montes aqueles humildes estivadores braçais. Há mais de meio século era difícil, não havia tecnologia e leis severas, no entanto, sabiam os proprietários da necessidade dos cuidados dos produtos. Abasteciam a cidade, tinham ciência do perigo caso as ratazanas tivessem contato com os mesmos, poderiam contaminá-los, eis que portadores e hospedeiros de diversos males, como a peste bubônica, leptospirose, a bactéria espiroqueta que, na enchente de 1941, causou muitas contaminações, como consequência a debilidade mental.
Razão da expressão na gíria que perdurou por muitos anos, "abobado da enchente" ou "espirocado". Voltando ao seu Fialho, disse que o método naquela época era o tradicional, gatos. Assim, à noite soltava os gatos e, pela parte da manhã, além de recolhê-los, os alimentava. Um dia aconteceu algo inusitado, notou que havia muitos gatos cinzas se alimentando na mesma tigela com os gatos malhados, brancos, pretos, loiros, marrons.
Ao aproximar-se verificou que não eram gatos, mas ratos, que em comum acordo, estavam se alimentando da mesma generosa teta de leite, pouco importando a razão do interesse de cada um e a razão dos motivos que estavam lá. Seu Fialho sabiamente no primeiro turno excluiu do ambiente todos que não prestavam. Pois sabia que se assim deixasse, no segundo turno gatos e ratos comeriam e beberiam na mesma tigela, rindo e pouco se importando com suas rivalidades e com os interessados.
Escritor e advogado
 
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