A proximidade de pleito eleitoral de 7 de outubro e o bombardeio da propaganda dos candidatos no rádio, na televisão e nas redes sociais, cujo teor, via de regra, é de baixíssimo nível, que mais me parece uma "briga de bugios" sem conteúdo, me faz lembrar o episódio dos anos 1970 em que Pelé, ao ser questionado sobre a decisão dos governos militares de suspender eleições diretas para cargos do Executivo, afirmou que o brasileiro não sabe votar.
É claro que tal declaração vem valendo críticas acerbadas ao maior jogador do mundo até os dias de hoje pela óbvia tentativa de justificar o golpe que tal ato representou para a democracia brasileira. Mas, quanto à sua avaliação sobre a capacidade do nosso eleitor de escolher os melhores candidatos, parece-me que Pelé não estava tão distante da verdade. Na minha concepção, uma verdadeira democracia pressupõe uma sociedade homogênea em termos, principalmente, de saúde física, mental e educação, na qual o voto não seja obrigatório como condição para que possa eleger os candidatos mais qualificados. Não é o que acontece no Brasil - basta ver o padrão médio dos nossos políticos, quase sempre demagogos alardeadores de promessas irrealizáveis e, muitos deles, corruptos, além de incapazes de distinguir a verdade da mentira, impunemente... Reiteradamente.
Diante desse quadro, infelizmente, vejo com ceticismo o resultado das próximas eleições, o que me preocupa profundamente, tendo em vista a extrema gravidade da situação nacional que está a exigir a adoção de medidas profundas de ajuste fiscal a fim de impedir o calote que analistas de todas as tendências projetam para ocorrer num prazo de quatro a cinco anos. Meu temor é que tal postergação possa resultar em uma convulsão social... Tão desejada pelos discípulos de Gramsci e Lênin.
Empresário