Contradições em tempos de eleição

Manifestações sobre as eleições, principalmente nas redes sociais, mostram como algumas pessoas são contraditórias. Boa parte dos eleitores buscam no político um herói capaz de resolver todos os problemas, em feito quase milagroso. Cobram atitudes de super-humanos, mas, em toda história, temos conhecimento de apenas um: Jesus Cristo.

Há um abismo evidente entre o que se busca e se prática. Muitas vezes, quem em público exige honestidade e moralidade de seus representantes tenta vender, às escondidas, seu voto por dinheiro, objetos ou favores. Defendem a democracia e pregam a tolerância, enquanto desfazem amizades com quem discorda de suas opiniões. Chegam até a ameaçar: "Quem votar no fulano será excluído das minhas relações". Onde estão os verdadeiros intolerantes?

Sem distinguirem o que é atribuição da União, do Estado e dos municípios, os cidadãos fazem reivindicações inadequadas. Ao serem esclarecidos sobre a competência de cada ente, rebatem: "Não me interessa, eu pago meus impostos". Porém, lá adiante, apoiam candidatos que se apropriam de seus tributos. É como rasgar, com satisfação, o próprio dinheiro e brigar com quem aponta para a loucura.

Se os ânimos já estão acirrados agora, é melhor estarmos preparados para o que nos aguarda no segundo turno. Para o bem do nosso País, precisamos, desde já, exercitar a compreensão e a paciência. É também tempo oportuno para que o eleitor faça uma profunda autocrítica: o estado lamentável a que chegou a política é também resultado de sua omissão e de suas más condutas. Infelizmente, os vícios se retroalimentam.

Façamos destas eleições um divisor de águas. Em que os cidadãos se informem, participem ativamente e ajudem a transformar o Brasil. Com coerência, praticando aquilo que pregamos, vamos virar a página.