Recuperação do Estado, desafio no 20 de Setembro

Os problemas são muitos, as verbas, poucas, e as soluções não têm resultado instantâneo. Esse é o desafio que o Rio Grande do Sul enfrenta neste 20 de Setembro. Às vésperas de mais uma eleição para governador do Estado, bem como para presidente da República, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, renova-se a esperança de que dias melhores chegarão. Não está fácil, e a volta do crescimento econômico, da geração de empregos e de investimentos na infraestrutura não acontecerá de uma hora para outra. Mas, com persistência, planejamento, engajamento da sociedade e dos esforços empresariais e governamentais, com certeza, esse momento tão aguardado virá, mais dia, menos dia.

É mais um 20 de Setembro que mexe com os brios e renova a história do Rio Grande do Sul, na lembrança da Epopeia Farroupilha. Foram tempos de lutas, ideais republicanos, mortes e, finalmente, a paz que permitiu à então Província de São Pedro voltar, integrada, ao Império do Brasil. Uma Nação unida, fortalecida e que tem problemas difíceis desde então, com idas e vindas.

Entretanto, a união, o planejamento, a gestão e a retidão de propósitos é que farão o Rio Grande do Sul - que atravessa uma das suas piores crises financeiras - avançar. Não podemos ficar apenas nos lamuriando. Há que se encontrar solução bem adiante das críticas, ainda que justas, ao atual momento, que é muito ruim. Porém, como em 1845, com o fim da Revolução Farroupilha, os líderes de então trataram de soerguer a Província. Igualmente, agora, descendentes dos ideais farrapos, cabe a nós buscar novas metas, discutir, debater e propor soluções, antes que somente criticar. Reafirmando que, a rigor, são justas, mas pouco tratam de propor novos caminhos. A história do Rio Grande somos nós que a estamos escrevendo nestes exatos dias, em meio às vicissitudes diárias pelas quais estamos passando. Mas será que só aprendemos a história do Estado nos compêndios sobre os Farrapos? A Revolução Farroupilha não tem nada a ver com este momento tormentoso que estamos sofrendo? Continuaremos repetindo o que os livros nos ensinam - se a internet, os tablets e os telefones inteligentes derem um tempo - sobre o Estado, mas apenas do passado? Não. Nós podemos, desde agora, começar a mudar o que será lido amanhã pelos nossos netos, com certeza.

Neste 20 de Setembro, que os gaúchos não sejam uma folha de papel em branco em que apenas a tradição pode escrever o seu texto. Somos uma entidade com uma carga própria de energia estruturada de determinada forma que, se for ajustada, reage de maneira específica e verificável às condições exteriores. Caso nós, gaúchos, pudéssemos nos separar de todas as condições adversas sem lutar contra as que se opõem à nossa natureza, tampouco faríamos a história do Rio Grande do Sul. Não como a desejaríamos será conhecida dentro de 30, 40 ou 50 anos.

Que os maus momentos pelos quais o Rio Grande do Sul passa nos sirvam não apenas de abatimento, mas, pelo contrário, sejam a força cívica que nos une em prol de melhores dias. A chama republicana que moveu a Revolução Farroupilha deve clarear as mentes e os corações dos candidatos nas eleições de outubro em busca de novos modelos de desenvolvimento, de finanças equilibradas, de metas, de planejamento, de muito esforço em prol do bem comum. Muito esforço, trabalho e seriedade para alcançarmos dias bem melhores que os atuais.