O Brasil perde postos no setor industrial a passos largos. Pode-se dizer que a China é a fábrica do planeta, enquanto o Brasil vai, gradualmente, transformando-se no grande celeiro do mundo. Infelizmente, não evoluímos nos últimos anos em exportação de bens com alto valor agregado. Os preços de nossos bens manufaturados refletem nossa ineficiência operacional e nossos altos custos de logística, bem como um sem fim de impostos embutidos. E não podemos contar com estabilidade cambial. O que fazer, então, para sair do "celeiro"? Inovar com incorporação de tecnologia é a resposta.
O processo de inovação é um aprendizado tecnológico contínuo da empresa a partir de suas capacidades de desenvolvimento e operação, e também das rotinas de gestão e produção representadas pelas capacidades gerenciais. Um produto pode facilmente ser copiado, mas a inovação tecnológica leva a empresa e seus produtos para um novo patamar. É uma propriedade intangível.
Em termos de país, a soma das capacidades das empresas de criar novas tecnologias vai refletir na produtividade e no crescimento da nação. Sem contar que existe uma relação virtuosa entre internacionalização e inovação: quanto mais uma empresa exporta, mais ela inova, pois firmas internacionalizadas têm acesso a uma gama de recursos não disponíveis no mercado local, parcerias diferenciadas com fornecedores e concorrentes mais avançados que lhes forçam a inovar sempre.
Assim, quem dedica esforços no mercado exterior intensifica as buscas por novas tecnologias como uma vantagem competitiva, visando enfrentar a concorrência, corresponder às expectativas dos clientes dos países que deseja comercializar e, com isso, firmar-se e sobreviver nesses mercados. O incremento de uma empresa leva ao aumento da outra, e, assim, sucessivamente, criando um círculo virtuoso de crescimento.
Diretora de Relações com Mercado da ACS Global