Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 05 de Setembro de 2018 às 01:00

Um porto em Torres

Um porto em Torres não é algo a esmo, mas uma ideia secular. Em 1861, após a pendência com a Inglaterra pela "Questão Christie", o imperador Pedro II contratou os engenheiros ingleses Law e John Clarke para estudarem o melhor local de porto marítimo na costa Sul, e aí apareceu Torres. Após longas pesquisas, em 1875, o relatório propôs "construir dois molhes mar adentro, um a partir da Torre Norte (Morro do Farol) e outro a partir da Torre do Centro (Morro das Furnas), até quase a ilha dos Lobos, num ancoradouro de 100 hectares". Extensos levantamentos batimétricos, apontam as águas de Torres como ideais, pois "lá não há dificuldade de construção e é a melhor posição para propósitos militares e navais". O estudo define até a futura construção: "O molhe Sul seguirá o alinhamento de um parcel submarino situado a 18 metros de profundidade, ladeado por duas depressões de 26 metros de fundo, já medidos, com boa bacia de evolução para manobra dos navios". Com o relatório, o almirante Tamandaré, chefe da Comissão Naval Nacional, recomendou a construção, mas nada se fez. Em setembro de 1931, o presidente Getulio Vargas retomou a ideia, e o Decreto nº 20.477 "autorizou contrato com o RS para construir o porto de Torres", mas a ideia não prosperou. Em fevereiro de 1993, como deputado federal, fui relator da Lei nº 8.630, aprovada pelo Congresso, que regula o sistema portuário brasileiro, e entendi o acerto dos engenheiros ingleses.
Um porto em Torres não é algo a esmo, mas uma ideia secular. Em 1861, após a pendência com a Inglaterra pela "Questão Christie", o imperador Pedro II contratou os engenheiros ingleses Law e John Clarke para estudarem o melhor local de porto marítimo na costa Sul, e aí apareceu Torres. Após longas pesquisas, em 1875, o relatório propôs "construir dois molhes mar adentro, um a partir da Torre Norte (Morro do Farol) e outro a partir da Torre do Centro (Morro das Furnas), até quase a ilha dos Lobos, num ancoradouro de 100 hectares". Extensos levantamentos batimétricos, apontam as águas de Torres como ideais, pois "lá não há dificuldade de construção e é a melhor posição para propósitos militares e navais". O estudo define até a futura construção: "O molhe Sul seguirá o alinhamento de um parcel submarino situado a 18 metros de profundidade, ladeado por duas depressões de 26 metros de fundo, já medidos, com boa bacia de evolução para manobra dos navios". Com o relatório, o almirante Tamandaré, chefe da Comissão Naval Nacional, recomendou a construção, mas nada se fez. Em setembro de 1931, o presidente Getulio Vargas retomou a ideia, e o Decreto nº 20.477 "autorizou contrato com o RS para construir o porto de Torres", mas a ideia não prosperou. Em fevereiro de 1993, como deputado federal, fui relator da Lei nº 8.630, aprovada pelo Congresso, que regula o sistema portuário brasileiro, e entendi o acerto dos engenheiros ingleses.
A presença do paredão basáltico dos Aparados da Serra, a 30 quilômetros a oeste de Torres, com alturas de até 1,4 mil metros, explica geologicamente o profundo mar de Torres, com maior calado que Rio Grande. Nos últimos anos, Santa Catarina construiu dois novos portos e, hoje, tem cinco, com 420 quilômetros de litoral. Nosso litoral, de 620 quilômetros, não deve ficar com apenas um porto marítimo, forçando nossos produtores da Metade-Norte a onerosos fretes até Santa Catarina e Paraná. Nossa produção agropecuária e industrial merece escoar e ser exportada aqui mesmo. O anteprojeto do porto de Torres já existe.
Ex-prefeito de Passo Fundo e ex-deputado federal
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO