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Opinião

- Publicada em 04 de Setembro de 2018 às 01:00

Uma nação girondina

Dom Pedro I, Deodoro da Fonseca, Getulio Vargas, Castelo Branco e José Sarney. Todos esses homens chefiaram o Estado brasileiro, ao inaugurarem novas fases do sistema político do País, cada um à sua maneira. Entretanto, carregam também mais uma característica intertemporal comum: sem exceção, todos eles eram intimamente vinculados ao regime anterior.
Dom Pedro I, Deodoro da Fonseca, Getulio Vargas, Castelo Branco e José Sarney. Todos esses homens chefiaram o Estado brasileiro, ao inaugurarem novas fases do sistema político do País, cada um à sua maneira. Entretanto, carregam também mais uma característica intertemporal comum: sem exceção, todos eles eram intimamente vinculados ao regime anterior.
Se cada vez mais parece verdade o argumento de que regimes políticos no Brasil, em função de suas estruturas e circunstâncias, possuem algo parecido com um "prazo de validade", onde, após este expirar, surge um novo sistema político, a experiência histórica mostra que essas rupturas, por vezes chamadas de golpes, tendem a ser, devido a complexidades na tessitura política e social, muito complacentes com o regime findado.
A análise desses fatos passa a impressão de que mudanças políticas no Brasil são executadas através de processos no tempo, e não a partir de atos isolados, uma vez que se busca, ao longo desses processos, uma concertação pacificadora nacional, na qual vigora o "novo", sem romper integralmente com o passado, acomodando, assim, o status quo vigente dentro do vindouro sistema político. O que não significa necessariamente algo ruim, à medida que essa dinâmica de substituição gradualista de polos de poder impediu que, em um país tão propenso a alterações de regimes políticos, revoltas civis violentas tenham eclodido.
O distanciamento das ruas com o regime político atual, expresso pela falta de ressonância das ambições populares nos órgãos políticos e a falta do sentimento de representatividade das instituições, aponta para o fato de que sistema político que encontrou expressão na Constituição de 1988 marcha para o mesmo destino. Resta saber se o País optará, ao substituí-lo, pela opção apaziguadora ou pela via extremista jacobina.
Bacharel em Ciências Econômicas
 
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