A matemática no nosso DNA

Quem nunca ouviu o discurso de que matemática é difícil, algo para poucos que nasceram com esse talento? Avaliações nacionais e internacionais parecem reforçar essa crença.

Mas como reverter o quadro? Pesquisadores garantem: todos podem aprender matemática em níveis avançados. Esse foi o recado de Jo Boaler, da Universidade Stanford (EUA), em seminário em São Paulo. Ela afirma que matemática deve ser ensinada de forma aberta, criativa e visual. Sim, visual!

Usando a neurociência, ela demonstrou que quando uma pessoa faz atividades relacionadas à matemática, das cinco áreas ativadas no cérebro, duas são do campo visual.

A aproximação da matemática do dia a dia do aluno também faz muita diferença. Todos os dias a usamos para atividades simples e por vezes realizamos cálculos sofisticados mentalmente, sem perceber. Mas quando somos submetidos a uma avaliação o resultado é bem diferente.

Casos brasileiros indicam que o novo enfoque dá resultado também por aqui. Na Escola Estadual Henrique Dumont Villares, de São Paulo, professores são formados em metodologias inovadoras de ensino, com impactos já sentidos na sala de aula.

Outra inovação é a do Centro de Estudos Youcubed (www.youcubed.org), da Universidade Stanford, que já recebeu mais de 25 milhões de visitantes e acaba de ganhar versão em português.

Ao entendermos que o raciocínio lógico e a compreensão matemática fazem parte de nosso DNA, é possível escolher novos caminhos. Esse deve ser nosso objetivo: ajudar cada vez mais jovens brasileiros a desenvolverem o gosto por essa habilidade, com a convicção de que já têm dentro de si a capacidade inerente de aprender matemática complexa.

Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta; Patricia Mota Guedes, gerente de P&D do Itaú Social; e Camila Pereira, diretora de