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Opinião

- Publicada em 15 de Agosto de 2018 às 01:00

O Brasil precisa de mais e melhores rodovias

A greve dos caminhoneiros escancarou a absoluta dependência do Brasil com o modelo rodoviarista implantado na década de 1950. Mas, igualmente, abriu os olhos de todos para as deficiências de rodovias, as quais deveriam ser bem conservadas, asfaltadas e com serviços anexos, no caso das que cobram pedágios, as que tiveram concessões. No Rio Grande do Sul, uma falha grotesca de previsão deixou a popular freeway sem a estrutura que tinha e que era do agrado de praticamente todos os seus usuários.
A greve dos caminhoneiros escancarou a absoluta dependência do Brasil com o modelo rodoviarista implantado na década de 1950. Mas, igualmente, abriu os olhos de todos para as deficiências de rodovias, as quais deveriam ser bem conservadas, asfaltadas e com serviços anexos, no caso das que cobram pedágios, as que tiveram concessões. No Rio Grande do Sul, uma falha grotesca de previsão deixou a popular freeway sem a estrutura que tinha e que era do agrado de praticamente todos os seus usuários.
Pois agora fica-se sabendo que mesmo sendo o sistema rodoviário o principal modal de transporte do País, a malha pavimentada cresceu apenas 0,5% entre 2009 e 2017, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). E, enquanto as estradas brasileiras registraram 6.243 mortes somente no ano passado, 61,8% das principais rodovias apresentam problemas em seu estado geral. O levantamento da CNT mostra que o Brasil possuía um total de 1,72 milhão de quilômetros de estradas no ano passado, dos quais apenas 12,4% são pavimentados, ou seja, somente 213.453 km. O restante da malha se divide em estradas não pavimentadas, com 78,5%, ou planejadas, tão somente 9,1%.
A proporção de rodovias asfaltadas no total da malha permanece em 12,4%, um percentual ridículo diante das necessidades. O quadro é pior se levarmos em conta o estado das rodovias federais pavimentadas e dos principais trechos de rodovias estaduais, encontrando problemas na conservação das pistas em 61,8% da extensão percorrida. Os problemas no asfalto atingem 50% dos trechos, com pavimentação péssima em 2,8% dos casos e ruim em 13,2%.
Mas se a malha rodoviária brasileira está estagnada, o mesmo não acontece com a frota de veículos registrados no País, a qual aumentou 63,6% entre 2009 e 2017, passando de 59,361 milhões para 98,201 milhões.
Ainda segundo a CNT, o sistema nacional de transporte de cargas contava com uma frota de 2,195 milhões de caminhões de empresas, 1,349 milhão de veículos de caminhoneiros autônomos e 46.294 caminhões de cooperativas. Já a frota habilitada para o transporte internacional de cargas era formada por 139.129 veículos.
Novamente, com um problema desta magnitude sem ter recursos financeiros diante da crise, muitos voltam a lembrar, como já o fizemos, do sistema ferroviário. Somente em 2017, ele movimentou 538,8 milhões de toneladas, volume 6,9% maior que o de 2016.
A movimentação nas instalações portuárias cresceu 8,5% em 2017, com 1,1 bilhão de toneladas. Também a carga transportada pelo setor aéreo cresceu 8,9% no ano passado, chegando 1,24 milhão de toneladas.
Abrir, duplicar ou conservar muito bem rodovias é algo fundamental para o Rio Grande do Sul. Sabe-se que o mau estado de alguns trechos de rodovias não é culpa deste ou daquele ocupante do Piratini, mas até por conta de entraves e vieses ideológicos. Estamos à espera de um milagre neste setor fundamental para o progresso estadual e nacional há anos.
Fala-se demais e se age de menos, o que é lamentável. Há uma indigestão em alguns escalões oficiais, embargando ou atrasando obras mais do que óbvias. Há quase 100 anos, o então presidente Washington Luiz dizia que governar era abrir estradas. Num País com as dimensões do Brasil, a afirmação continua mais válida do que nunca.
Então, que o futuro presidente, governadores e parlamentares do Congresso Nacional garantam que obras tenham verbas para início, meio e fim.
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