Ao utilizar o transporte público podemos descrever várias sensações nada favoráveis, veículos extremamente lotados em péssimas condições, passagem com alto valor que não condiz com serviços prestados.
Os trabalhadores muitas vezes, além de deslocarem-se por um longo trecho, ainda enfrentam uma tortura diária, com veículos sujos, com assentos quebrados, sem ventilação, inseguros e ainda sem contar aqueles indivíduos que não têm por prática o hábito de higiene, infestando ainda mais o local.
O que observamos é o cansaço físico e mental dos usuários destes transportes e, por vezes, o que mais cansa não é a rotina profissional, mas sim este deslocamento que, além de longo, torna-se um martírio urbano. Segundo dados Organização Mundial da Saúde (OMS) o transporte coletivo é também uma questão de saúde pública, uma vez que um transporte eficiente diminuiria o número de carros nas cidades, reduzindo os índices de acidentes, poluição e inatividade física, entre outros benefícios.
Para modificar e realizar melhorias no transporte público no Brasil é preciso repensar a questão da mobilidade urbana e democratizar o acesso às cidades, para que a necessidade de deslocamento em longas distâncias diminua.
Além disso, é preciso fazer política de investimentos em transporte público, modernizando-o e garantindo o seu acesso à população, pluralizando os meios de transporte para além do ônibus, com a instalação de veículos como trens, metrôs e ciclovias.
Bióloga e professora