Um novo futuro para os brasileiros

Diante de todas as revelações que a Operação Lava Jato trouxe à tona, somadas aos prejuízos decorrentes da falta de gestão dos governantes que há anos estão à frente do País, é compreensível que os brasileiros nivelem a classe política por baixo.

Todos os políticos estão sendo observados e avaliados pelo trabalho que desempenham, pelas relações que mantém e pelas decisões que tomam quando são exigidos. Isso não deve causar estranheza, mas sinalizar que o jeito de fazer política precisa mudar. Às vésperas de uma eleição esperamos ter a primeira demonstração de que esse novo horizonte é real, elegendo candidatos que tenham um histórico de integridade e compromisso com os direitos fundamentais, os quais não irão sucumbir aos interesses personalíssimos, seja para enriquecimento ilícito ou para se perpetuar no poder. Esse é o cenário de vida pública que os brasileiros desejam construir, afinal, foram essas as principais reivindicações feitas pela sociedade durante as manifestações dos caminhoneiros. Não pediram apenas a saída dos que, comprovadamente, se desvirtuaram, mas que novos capítulos fossem escritos na história do Brasil.

E não se enganem os que pensam que a corrupção começa com os grandes. Lá em cima ela toma proporções maiores. O princípio é na base. Os vereadores e prefeitos precisam ser os primeiros a dar bons exemplos. São eles que devem priorizar os investimentos que beneficiam as pessoas e que podem influenciar na conscientização de que o voto é uma arma que pode ser usada para o bem ou para eleger corruptíveis que amanhã envergonharão seus eleitores. A oportunidade está diante dos brasileiros.

A Lava Jato, por mais bem-sucedida que seja, não resolve todos os problemas do País. Infelizmente, o voto consciente também não. Mas, juntas, essas medidas devolvem a esperança perdida entre escândalos e grandes acordos sujos. Que o presente fique no passado, para que o nosso futuro seja edificado sobre os pilares da verdade e do altruísmo. "Eles passarão, o Brasil passarinho", parafraseando o poeta gaúcho Mário Quintana.