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Opinião

- Publicada em 22 de Junho de 2018 às 01:00

Ferrovias para facilitar mais o escoamento das safras

Um dia, o governo assina o valor mínimo do frete rodoviário no Brasil. No outro, pressionado, volta atrás. Pairando - e deixando o Brasil em sobressalto - temos a possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros. Se a primeira já prejudicou toda a economia, cujos resultados, percentuais, números e valores serão conhecidos no final de junho ou início de julho, imagine-se uma nova parada do transporte rodoviário de cargas e encomendas em geral. Será uma tragédia socioeconômica pela qual teremos que pagar um preço altíssimo.
Um dia, o governo assina o valor mínimo do frete rodoviário no Brasil. No outro, pressionado, volta atrás. Pairando - e deixando o Brasil em sobressalto - temos a possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros. Se a primeira já prejudicou toda a economia, cujos resultados, percentuais, números e valores serão conhecidos no final de junho ou início de julho, imagine-se uma nova parada do transporte rodoviário de cargas e encomendas em geral. Será uma tragédia socioeconômica pela qual teremos que pagar um preço altíssimo.
O transporte de cargas foi altamente afetado pela greve constituída por caminhoneiros em protesto ao alto custo dos valores dos combustíveis - principalmente da gasolina e do diesel, assunto ainda não resolvido, não completamente. Com proporção gigantesca, a paralisação afetou serviços em todo o País e trouxe um prejuízo econômico estimado em R$ 10,2 bilhões em diversos setores, dados ainda não conclusivos pelos órgãos governamentais.
Acontece que a logística de distribuição de bens de consumo no Brasil é predominantemente realizada pelas rodovias, sendo que as ferrovias e hidrovias não são exploradas potencialmente. Isso é de conhecimento público há muito tempo. Sabe-se, por dados oficiais levantados pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), que 61,1% de toda a carga transportada no Brasil usa o modal rodoviário, enquanto 21,0% passam por ferrovias, 14% pelas hidrovias e terminais portuários fluviais e marítimos. E, como mais do que previsível, tão somente 0,4% das cargas por via aérea. E essa logística do transporte no território brasileiro apresenta predominância de rodovias concentradas principalmente no Centro-Sul do País.
Desta maneira e não apenas agora, mas algo que vem sendo alertado há pelo menos duas décadas - e a Europa é modelar exemplo no uso das ferrovias para cargas e passageiros -, uma ampla rede ferroviária favoreceria todo o processo produtivo e o fluxo de exportação, na qual geraria aproximadamente 30% de economia nos transportes. Por exemplo, um vagão graneleiro comporta, em média, 100 toneladas de grãos, enquanto um caminhão bi-trem transporta apenas 36 toneladas.
O caos gerado pela greve expôs a falta de cobertura territorial da malha ferroviária, além do mínimo de investimento nesse modal, que possui mais capacidade de carregamento e economia de combustível. Além disso, contribui para a redução de problemas urbanos como congestionamentos e acidentes. Com ferrovias, temos a possibilidade de um transporte mais rápido e mais barato que poderia mudar os rumos da infraestrutura brasileira. É de extrema necessidade que se fomente o modal ferroviário para maior eficiência da logística. E, consequentemente o avanço econômico do País, segundo técnicos da área. Na greve dos caminhoneiros, a cidade de Bauru, localizada no interior do estado de São Paulo, por exemplo, não ficou sem combustível devido ao abastecimento realizado por meio de trens que saiam diretamente da Refinaria de Paulínia. Enquanto isso, cidades localizadas em seu entorno ficaram sem o insumo.
Por isso e sem mais perda de tempo, devem ser concluídas as obras de ramais ferroviários no Nordeste e Centro-Oeste, além de serem projetados outros. Não por acaso, na questão ferroviária, há muitos leitores lembrando das viagens que realizaram nos então chamados trens Húngaros, aqui no Rio Grande do Sul, como nas linhas entre o Rio de Janeiro e São Paulo e do Rio de Janeiro a Belo Horizonte, de passageiros, com muitas cabines/dormitórios e vagões para refeições. Confortáveis e baratos, afirmam todos.
 
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