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Opinião

- Publicada em 19 de Junho de 2018 às 01:00

Players influindo num clube de futebol?

Montserrat Martins
Uma iniciativa inédita começa a funcionar em 2019: um clube de futebol profissional vai se abrir para a atuação de players, participantes virtuais, que vão desde investir em jogadores e assistir a treinos até influir na escalação e esquema tático. Qual a chance de essa inovação ter sucesso? Vamos descobrir a partir do ano que vem, mas já sabemos que fatores estão em jogo. Torcedor entende de futebol?
Uma iniciativa inédita começa a funcionar em 2019: um clube de futebol profissional vai se abrir para a atuação de players, participantes virtuais, que vão desde investir em jogadores e assistir a treinos até influir na escalação e esquema tático. Qual a chance de essa inovação ter sucesso? Vamos descobrir a partir do ano que vem, mas já sabemos que fatores estão em jogo. Torcedor entende de futebol?
Participante virtual tem capacidade, assistindo a treinos, de fazer boas escolhas? E as questões pessoais, que apenas a comissão técnica sabe (um atleta que bebe, ou que é desagregador, por exemplo), não podem fazer falta para as decisões a serem tomadas? São alguns desafios do clube, ao se associar a uma empresa que propôs essa parceria e modalidade de futebol profissional, que está sendo implantada no Esporte Clube Cruzeiro. Fundado em Porto Alegre, em 1913, atualmente sediado em Cachoeirinha, o Cruzeiro estava na primeira divisão do campeonato gaúcho até este ano, quando caiu para o Acesso. Portanto, os players têm o desafio de reconduzir o clube à elite do Gauchão em 2019. O futebol hoje é uma ciência bastante desenvolvida, um esporte de alto rendimento em nível profissional, e os players virtuais são os autodidatas que curtem esse jogo. É revolucionário que eles possam influir num Departamento de Futebol, fruto da confiança na capacidade destes autodidatas, que aprendem por acompanhar jogos e treinos, como os outros torcedores. Os criadores previram uma série de controles para qualificar a atuação dos players, que incluem índices de acerto de cada participante e oportunidade de influenciar decisões de acordo com o grau de acertos. Mas, sendo tudo inédito, falta definir todo o detalhamento até de como mensurar tais acertos ou erros. Uma possibilidade seria que esse poder de decisão fosse sendo concedido aos poucos e sem desautorizar a Comissão Técnica do Departamento de Futebol, preservando prerrogativas da mesma, tais como fechar alguns treinos em momentos estratégicos. Esse equilíbrio entre os profissionais do futebol e a potencial inteligência coletiva dos autodidatas virtuais é o fator que pode ser decisivo para o sucesso ou não da iniciativa. A inovação é promissora, desde que saiba preservar os conhecimentos científicos já existentes e que não podem ser desprezados.
Se a evolução se somar ao conhecimento já existente, pode sim ser algo muito promissor.
Médico psiquiatra, torcedor do Cruzeiro/RS
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