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Opinião

- Publicada em 14 de Junho de 2018 às 01:00

Pátria volta a calçar chuteiras e esquece problemas

Há uma quase unanimidade de que esta Copa do Mundo na Federação Russa não está empolgando os brasileiros. Pelo menos não como antes se via, com centenas de pessoas desfilando com as camisetas da seleção canarinho, ostentando bandeiras, automóveis também com diversos emblemas e muitos outros sinais de alegria pelo evento.
Há uma quase unanimidade de que esta Copa do Mundo na Federação Russa não está empolgando os brasileiros. Pelo menos não como antes se via, com centenas de pessoas desfilando com as camisetas da seleção canarinho, ostentando bandeiras, automóveis também com diversos emblemas e muitos outros sinais de alegria pelo evento.
No entanto há vários problemas, temos cerca de 13 milhões de brasileiros que não têm emprego. Consequentemente, sem dinheiro para comprar a camiseta da seleção, menos ainda, por ser mais cara geralmente, uma bandeira nacional ou colocar algo nas janelas das residências que lembre a torcida pelo Brasil nos campos da Rússia.
Mais, há anos, enuviando e desgostando as mentes e corações brasileiros, as notícias sistemáticas sobre atos de corrupção sendo descobertos, denunciados, delatados ou confirmados pela Justiça.
Culminando, uma greve dos caminheiros cujos reflexos no escoamento e abastecimento das cidades ainda se fazem sentir derrubou a autoestima que restava em milhões de patrícios. Evidentemente que não se prega um desânimo total, uma sensação de terra arrasada, de fim de mundo. Não, não, o Brasil já superou outros problemas e, com certeza, também passará por mais esta provação socioeconômica terrível.
Porém não se pode esconder o desânimo de milhões. Quando mais não seja, dos que perambulam em busca de um trabalho, um emprego formal, uma carteira assinada, e não encontram o que buscam há um ou mesmo dois anos.
Isso é triste, e é mesmo difícil se colocar no lugar dessas pessoas, ainda mais caso sejam chefes de família, vendo filhos passar trabalho ou pedindo algo que, sem dinheiro, não lhes podem dar. É verdade que temos uma baixa inflação, uma previsão também menor, mas pelo menos positiva, do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018, número agora arrefecido pela paralisia dos caminhoneiros.
Se antes tivemos até mesmo músicas enaltecendo a seleção nacional, agora são poucas as vozes, salvo os repetitivos programas de rádio e tevê, e a cobertura nos jornais que lembram algo sequer parecido. Mas não vamos desistir. Temos que buscar ânimo em nós mesmos e provar que o brasileiro é, antes de tudo, um povo otimista que tem na alegria nata o antídoto para as agruras da vida, inclusive aquela pela qual estamos passando.
Se já fomos 90 milhões em ação, agora somos 205 milhões. O futebol não é tudo nem pode nos servir como alienação dos problemas verdadeiros que sofremos em nível de sociedade. Mas ser pessimista sempre igualmente não resolve. Então que venha a Copa do Mundo e, com ela, a alegria das vitórias. Torcer, alegrar-se, eventualmente - faz parte do esporte - ficar triste na derrota, mas sempre esperando dias melhores, principalmente fora dos gramados, é uma característica nossa.
Então, a partir de agora, e até o final da XXI Copa do Mundo, o que interessa é a participação brasileira em campo. Enfim, resta lembrar que a América do Sul tem muitos títulos, juntando o Uruguai, a Argentina e o Brasil. Para a anfitriã, a Rússia, restam preocupações com ameaças terroristas, temor das torcidas violentas e incidentes racistas. Porém o Kremlin espera superá-los para projetar a imagem de um país organizado e competente. Então, com a partida Rússia x Arábia Saudita, os olhos do planeta estarão voltados para a Rússia.
Se não convencermos no primeiro jogo, passado o nervosismo natural da estreia, não vamos desanimar. Afinal, a seleção, agora, é a pátria de chuteiras.
 
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