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Opinião

- Publicada em 13 de Junho de 2018 às 01:00

A Copa de 1958

Juscelino era o presidente, o cômico Zé Trindade esbanjava bordões ao mulherio popularesco nas 17 chanchadas dos estúdios da Atlântida e da Herbert Richers. João Gilberto concluía últimas dissonâncias de Chega de Saudade, lançado em 78 rotações, parindo a bossa-nova. Na ocasião, o músico puxou do bolso o flexível pente flamengo, repartindo o cabelo na mais absoluta perfeição.
Juscelino era o presidente, o cômico Zé Trindade esbanjava bordões ao mulherio popularesco nas 17 chanchadas dos estúdios da Atlântida e da Herbert Richers. João Gilberto concluía últimas dissonâncias de Chega de Saudade, lançado em 78 rotações, parindo a bossa-nova. Na ocasião, o músico puxou do bolso o flexível pente flamengo, repartindo o cabelo na mais absoluta perfeição.
A grande fortuna de 1958 era guarnecida nos cofres de Sebastião Paes de Almeida, Matarazzo e Walter Moreira Salles. As cédulas monetárias em uso, exemplos, eram o Cr$ 1,00, com a imagem do Marquês de Tamandaré e, no verso, a escola Naval do Rio de Janeiro; e outra, de Cr$ 1.000,00, tinha Alvares Cabral na frente e, no verso, a praia da Coroa Vermelha, Santa Cruz Cabrália, litoral Sul da Bahia, a Primeira Missa do Brasil, de Victor Meirelles.
Foi época do laquê, do óleo de fígado de bacalhau e da Romi-Iseta. O DKW-Vemag, a camisa Volta ao Mundo e o bambolê dividiram atenções com a taça Jules Rimet e a figurinha carimbada do zagueiro Bellini. Hilderaldo Luís Bellini (1930/2014), o capitão da seleção brasileira de 1958, mundial da Suécia, trouxe ao Brasil nossa primeira taça.
O vascaíno, quando no encerramento, em 29 de junho, fez gesto original, levantou a conquista dourada com as duas mãos, pousando-a sobre a cabeça. Fez-se tradição. Iniciada no dia 10, sob a força dos jogos, a atônita civilização foi brindada por dribles de um menino de 17 anos, nas dramáticas pelejas dos gramados da Escandinávia. A Copa de Vicente Feola, o técnico, e do goleiro Gilmar, sofreu quatro gols, apenas. A prova de leão foi o jogo com o País de Gales. A equipe contava com um psicólogo (Dr. João Carvalhaes), a serviço da análise da alma (e dos rompantes) do jogador admitido à literatura como o anjo das pernas tortas. Zagalo, atacante, fez avanços e recuos, dialética para definir o meio-campo, originando o mítico 4-3-3, defesa única, talvez sagrada, definida pelo triunvirato Pelé-Garrincha-Vavá.
Advogado
 
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