Publicada em 14 de Abril de 2015 às 19:33

Inbound Marketing: não rasgue os seus livros de marketing.

Augusto Bellini

Augusto Bellini


Divulgação/JC
Guto Bellini
Guto Bellini
Finalmente começamos a engatinhar na era da web 3.0.
Há alguns anos a “febre” da nova geração “on” fazia lotar auditórios e a pauta dos marqueteiros de “ponta”, para ouvirmos por horas palestrantes demonstrarem suas novíssimas fórmulas de envio de e-mail marketing. Um “mega software” capaz de analisar se o target abria os e-mails enviados ou optaria, de bate-pronto, em teclar “del” (por sinal a teclinha mais desgastada do meu – e provavelmente do seu computador).
Um pouco mais tarde surgiu a corrida pelos “likes”.
Quanto vale um “like”? Novamente uma enxurrada de conceitos e, é claro, novos termos para designar salvadoras fórmulas de “custos próximos ao zero” para os esforços no share. Agências off? Pobre coitados, não servem mais pra nada. Verdadeiros dinossauros fadados à extinção. Alguns mais resistentes (como eu), pisoteando o mercado em meio a uma nova era. Agências “on”, com nome de sapo e outros animais e insetos bizarros, fazendo tombar megaestruturas internacionais.
Clientes eufóricos produzindo suas ideias com fotos de celular. A era do sobrinho do dono parecia dominar o antes complexo mundo obsoleto dos dinossauros.
Estava nascendo o “dia de beleza azul e dourada que dure a vida inteira” (Platão).
Durante muito tempo as agências, e em especial as relações públicas, procuravam maneiras eficazes de medir o ROI de marketing. E muitas delas absolutamente eficazes. Os dinossauros não aceitavam que os resultados fossem observados por uma mera avaliação subjetiva. Mas não haviam instrumentos de medição que pudessem avaliar este incomensurável. Eu mesmo, numa oportunidade, sugeri a um cliente que, caso tivesse alguma dúvida a respeito do que estávamos fazendo, uma excelente experiência seria retirar a bandeira da porta de suas lojas – afinal a imagem gerada pelos investimentos na comunicação de muito pouco valia.
O “buzz” (origem buchicho) que era o que acontecia na vida de todo mundo, agora já podemos identificar um a um: sua causa e seus interlocutores.
Hoje as agências mais parecem com o ambiente da bolsa de valores. Painéis LED demonstram instantaneamente gráficos de performance, softwares poderosos geram insights de conteúdo. Uma verdadeira corrida de cavalos, onde as apostas são feitas numa análise minuciosa do DNA digital que está vivo no ambiente virtual. O baby inbound marketing surge para legitimar antigos conceitos e velhos sonhos. Muito além de permitir novas ideias para captação de prospects, criação e nutrição de leads e a geração de oportunidades para conversão de negócios, temos em mãos uma ferramenta extraordinária. É a salvação na quase extinção de uma profissão. Ainda somos úteis. Nossas ideias e planos para marcas foram salvas por uma ferramenta capaz de oferecer uma resposta palpável para aquilo que antes parecia impossível demonstrar-se efetivo. Daqui para frente adentraremos a era das finanças aplicadas ao marketing. Poderemos estratificar quantos negócios e o quanto nossas ações estão gerando de dividendos e crescimento no ticket médio de vendas de nossos clientes. Seremos capazes de conversar de igual para igual com o diretor financeiro e teremos respostas concretas dos porquês dos investimentos e resultados, sejam eles positivos ou negativos. E suas causas. Afinal já se sabia há muito tempo que as agências eram (co)responsáveis pela primeira venda. Já a segunda dizia respeito apenas à competência do cliente e seus produtos.
Bem-vinda web 3.0. E obrigado Deus Google por ter-nos salvo desse hecatombe que nos levaria a extinção. Sapinhos, preparem-se. Ainda estamos vivos e saudáveis. Certamente nunca mais terei que ler em um briefing: precisamos de uma versão de nossa logotipo para o digital. Ou seja: um logotipo para o “on”, outro para o “off”. Bizarro.
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