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Contra a adversidade, gest�o e planejamento

Vitor Augusto Koch
Presidente da FCDL - RS

A atividade varejista, desde 2004, mostra que o PIB brasileiro cresceu 36,78%, enquanto o consumo das famílias aumentou 52,61%. Isto está relacionado com os efeitos-renda, derivados da democratização do crédito e de políticas assistenciais. A fase é de esgotamento e, em conjunto com as recentes altas dos juros e aumento de impostos, se gerou um viés de desaceleração nas vendas. Porém, o varejo tem a tradição de não se render às adversidades.
Não descartamos a possibilidade de recuperação da atividade em 2015. Para isto, é importante que o governo federal reverta a política econômica recessiva e troque de estratégia para recuperar contas públicas: um caminho, reduzir despesas por meio de instrumentos de gestão da máquina estatal.
A origem do aumento de preços não é o varejo. Conforme as autoridades econômicas federais protagonizaram a alta dos combustíveis, da energia elétrica e dos juros é certo que isso acaba repercutindo no aumento geral dos custos transacionais, que tem o varejo como último elo antes do consumidor.
Somos contrários às medidas feitas em nome do ajuste fiscal. Fundamentamos com a insistente alta da inflação e redução de atividade econômica, o que acaba corroendo também as expectativas de arrecadação da União. Esperamos que a razão prevaleça e que a rota da economia seja corrigida na direção de melhores contextos para produzir, vender e consumir.
O clima de desconfiança é inevitável. Mas falar em crise no comércio seria prematuro e até irresponsável. Até dezembro do ano passado os indicadores gerais de emprego vêm se mantendo estáveis e esse é o principal indicador de solidez do consumo. Ainda há tempo para o governo reconsiderar. Acreditamos na inteligência e bom senso de nossos gestores públicos.
Há muito que insistimos na necessidade de evolução da gestão empresarial, não apenas em função das mudanças estruturais do mercado varejista, mas especialmente para fomentar o empreendedorismo planejado. Recomendamos que o lojista se mantenha atualizado das novidades, e execute uma gestão criteriosa e planejada de seu negócio.
Nas oportunidades, vislumbramos a possibilidade de reação da indústria exportadora, gerando mais emprego e renda em atividades específicas. Atenção aos produtos cujas vendas pouco ou nada variam em função da situação econômica. A queda dos preços internacionais está sendo compensada pela conversão das exportações em reais.
Quanto aos destaques em 2015, é inquestionável que essa prerrogativa ficará para aqueles que apresentarem mais novidades, associadas a facilidades de vendas. As farmácias tendem a continuar com suas vendas crescendo, como os artigos de uso pessoal e eletroeletrônicos (smartphones e smart TVs).
É fundamental que os comerciantes se recusem a aceitar as adversidades como determinantes da derrota. Como atitude de preservação, recomendamos prestar muita atenção às planilhas de custos. Voltamos a insistir na gestão e planejamento.
O lojista não pode declarar guerra às inovações e à realidade. O correto é buscar encontrar as melhores oportunidades nos novos contextos para posicionar a empresa com sucesso.