A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está mais próxima de realizar o sonho de revitalizar o prédio da antiga Escola de Belas Artes. O projeto foi contemplado na chamada pública "Resgatando a História", do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Estimada em R$ 5,1 milhões, a obra poderá receber até R$ 3,4 milhões do banco, sendo o restante dividido entre contrapartida da instituição proponente e captação de recursos junto a patrocinadores. Deste valor, já estão garantidos aproximadamente R$ 870 mil de uma empresa de bebidas.
A ideia, segundo a reitora da UFPel, Isabela Andrade, é devolver a edificação ao ensino e à promoção das artes, condição também imposta quando da doação do prédio ao poder público. O palacete foi construído em 1881 para fins residenciais e pertenceu à família Trápaga até 1963, quando foi doado à Escola de Belas Artes de Pelotas para abrigar suas atividades; quando esta foi integrada à nascente Universidade Federal de Pelotas, o prédio também passou a ser sua propriedade. Entretanto, o espaço está sem uso desde 2010, quando foi interditado devido à danos em sua estrutura.
A previsão é que o processo de revitalização leve até três anos para ser concluído. A primeira etapa consiste na licitação dos projetos executivos; em seguida, inicia-se a licitação da obra em si; por fim, ocorrerá a intervenção na edificação e a posterior qualificação final dos espaços, de forma a deixá-los aptos a acolherem as atividades propostas para o local. Foram propostos o restauro da edificação, com a troca do entrepiso e da cobertura para estruturas metálicas. Também ocorrerá a adaptação necessária para garantir a acessibilidade interna, inclusive com instalação de elevador.
A partir dessa perspectiva, foi possível também pensar um dos diferenciais do projeto apresentado pela UFPel: a transformação do andar superior em um espaço multiconfiguracional, que pode contemplar as mais diferentes expressões artísticas. A sala contará com equipamentos que permitem projeção de cinema, montagem de diferentes configurações cênicas para performances e apresentações, como auditório tradicional ou arena, além de possibilitar o uso para exposições.
Já o piso térreo estará voltado para atividades de educação para a arte, especialmente no contexto do projeto Arte na Escola. Ali serão desenvolvidas atividades de acolhida a estudantes da rede de ensino básico da região e, também, de professores que terão a oportunidade de participar de uma educação continuada. "Assim podemos aprimorar o ensino da arte de uma forma mais global", explica a professora Nádia Senna, responsável pelo Arte na Escola e participante da coordenação do projeto de revitalização.
No espaço, haverá uma brinquedoteca, voltada a crianças das séries iniciais, e ateliês multiuso, que poderão ser utilizados para ministração de cursos e oficinas nas mais diversas áreas. Também está pensado um laboratório de design.