Uma comitiva de lideranças de Santa Cruz do Sul esteve na barragem do Rio Pardinho para verificar as condições da estrutura onde ocorre a captação de água para o Lago Dourado e pedir melhorias à Corsan, responsável pelo local. A forma como a barragem foi construída tem dificultado a migração dos peixes rio acima, e ainda os torna presa fácil para a pesca durante o período da piracema, entre outubro e janeiro, o que é considerado crime ambiental.
"Os peixes não conseguem seguir o caminho do rio para procriar", afirma o secretário municipal de Agricultura, Hardi Lúcio Panke. Ele ainda pede que sejam reposotos os seguranças para a vigilância na área, o que também ajudará a coibir a pesca durante o período proibido. "Precisamos nos mobilizar para salvar esse manancial de água", completou.
A escada da barragem, um sistema que auxilia os cardumes na transposição da barreira instalada no rio, deve ser menos íngreme para que eles possam percorrer o restante do curso d'água e migrem até os pontos de desova. O secretário do Meio Ambiente, Jaques Eisenberger relatou que será necessário fazer um estudo para identificar o modelo de escada mais adequado, baseado também nas espécies de peixe existentes no local. O relatório de um estudo já realizado deve ser solicitado à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Segundo Eisenberger, a estrutura atual da barragem realmente torna difícil a locomoção dos cardumes. "A primeira coisa a ser feita é uma investigação para levantar quais as espécies de peixes migratórios que precisam transpor a barragem pra procriar e fazer a escada de acordo com os hábitos de deslocamento destas espécies", avaliou.
O gerente da Corsan em Santa Cruz do Sul, Bruno Barreto, acompanhou a visita e ouviu o pleito dos representantes do município. Ele afirmou que a companhia estudará a situação e buscará as causas que têm impedido os peixes de completarem seu trajeto. A prefeita Helena Hermany considera de extrema importância que se encontre uma solução para a questão. "Os relatos que antigos pescadores nos trazem é que quase não há mais peixes no Rio Pardinho, e precisamos encontrar as razões desse desequilíbrio", afirmou.