A Santa Casa de Misericórdia anunciou, durante uma sessão na Câmara de Vereadores de Gravataí na semana passada, em que prestou contas sobre os atos durante a pandemia, a construção um novo hospital na cidade da Região Metropolitana. O projeto ainda está em fase de viabilidade técnica, contudo, a futura instituição já tem até o nome definido - Hospital Bárbara Maix, em homenagem a uma das irmãs da congregação que iniciou a gestão do local.
Segundo Antônio Weston, superintendente do do Hospital Dom João Becker, o prédio será construído em uma área anexa e interligada através de passarelas à estrutura atual. O espaço previsto tem, hoje, um prédio de quatro andares (que será demolido) e um amplo terreno. O estudo de viabilidade vai permitir a definição do tamanho do prédio e, a partir dessa definição, a Santa Casa determinará quantos andares serão erguidos, quais serviços oferecidos e quantos leitos a mais a instituição contará para o atendimento.
A ideia inicial, segundo Weston, é que o Hospital Bárbara Maix seja geral, ou seja, sem especialidade definida. O motivo é a alta demanda que o Dom João Becker tem percebido até mesmo antes da pandemia, sobretudo pela área de abrangência e pelo aumento da população. "Somos referência para mais de 300 mil pessoas não somente de Gravataí, mas para Glorinha e Santo Antônio da Patrulha, por exemplo. Quando o Dom João Becker foi construído, a população da cidade era muito menor e as necessidades eram diferentes. Por isso, precisamos desse incremento para atender aos pacientes", explicou o superintendente.
Os estudos de viabilidade devem ser feitos ao longo de todo o ano de 2022, com previsão para início da construção para 2023. A intenção da Santa Casa é de tê-lo pronto em até quatro anos. Em meio ao projeto, a instituição vai buscar os governos municipal, estadual e federal para a alocação de verbas, além do investimento próprio e de parcerias com o setor privado. Atualmente, 70% dos 193 leitos do Dom João Becker são para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Weston, o poder público ficou mais sensível às demandas da saúde, sobretudo em função da pandemia, o que pode ajudar a viabilizar, de forma mais célere, os projetos. "Sem dúvida a pandemia ajudou a ter clareza da importância de investimentos no setor. A sociedade, gestores e entidades entenderam se tratar de uma necessidade e isso ajuda a tirar do papel as iniciativas", explicou.
As investidas da Santa Casa para a ampliação da oferta de serviços em Gravataí ocorrem três anos após a assunção da gerência da instituição. Conforme o superintendente, os dois primeiros anos foram de manutenção do fluxo da antiga gerência, feita pela Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Ao todo, são mais de 1.000 funcionários ativos, e para 2022 estão previstas a estruturação dos atendimentos em endoscopia e cardiodiagnóstico, a consolidação do hospital-escola, em parceria com a Unisinos, a reforma do laboratório e a criação de estacionamentos para o conforto de pacientes e acompanhantes.
Em paralelo ao plano, iniciam, em 3 de novembro,
as obras para ampliação da emergência SUS do hospital de Gravataí. Serão mais 10 leitos de UTI, além de oito poltronas para administração de medicamentos, além de uma área três vezes maior do que a atual, ao custo de R$ 10 milhões. Já a nova UTI,
em obras desde junho, deve ser liberada em dezembro. Serão mais 10 leitos disponíveis para internação, o dobro do atual. Estas são as primeiras estruturais na instituição desde a década de 1990.