O descaso com as reclamações de moradores de Guaíba em relação à empresa que faz os deslocamentos até Porto Alegre, a Expresso Rio Guaíba, com superlotação até mesmo no período de pandemia, será encaminhado ao governador Eduardo Leite e ao Ministério Público (MP), com pedido urgente de providências. O assunto esteve em debate na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa. A Metroplan, que responde pelo transporte intermunicipal da Região Metropolitana, não compareceu.
Além de poucos horários disponíveis para a população, há o registro de superlotação dos ônibus, mesmo no período de pandemia e contaminação pelo coronavírus, relatou o parlamentar. "São mais de 600 mil passageiros mensais em viagens de ida e volta que precisam de transporte com disponibilidade de horários", observou Airton Lima, que coordenou o debate, referindo-se ao transporte intermunicipal na região. Ele vai encaminhar ao governador e ao MP ofício com ata da audiência pública, solicitando providências urgentes.
Pela Câmara de Vereadores de Guaíba, o vereador Juliano Ferreira fez uma exposição do problema, que é frequente e diversos requerimentos, ofícios e moções reclamando a situação foram enviados à Metroplan, sem resposta. Como a fiscalização do transporte público intermunicipal é responsabilidade da Metroplan, o vereador buscou ajuda da Assembleia Legislativa.
Ele apontou além da superlotação, a demora na integração dos coletivos nos bairros, o alto valor da passagem. "É a maior da Região Metropolitana, embora com trechos menores do que em Novo Hamburgo, onde o custo da passagem é menor", afirmou Ferreira. Ele pediu transparência nos custos da passagem, assim como da linha municipal, que também pratica altos valores.
Pela União de Associação de Moradores de Guaíba, Roberto de Oliveira relatou que esse problema é antigo e estranhou que o atual superintendente da Metroplan, José Sperotto, que foi prefeito de Guaíba, não tenha dado respostas à população. Disse que o Expresso Rio Guaíba tem concessão de 40 anos e desde 2009 não foi feita nova renovação, assegurando que a empresa opera ilegalmente em Guaíba. O representante dos moradores afirmou que, em Guaíba, são 52 loteamentos, mas o serviço é prestado nas vilas por outros coletivos em terminais esparramados que utilizam pequenas vans, insuficientes para todos os passageiros, o que provoca a superlotação.
Roberto pediu que a Assembleia faça audiência pública para nova licitação do serviço, para novas linhas ao município e Região Metropolitana, uma vez que essa precariedade acontece também em Alvorada, Cachoeirinha e demais municípios. Segundo ele, a Expresso Rio Guaíba ignora as reclamações da população e das entidades.