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CLIMA Notícia da edição impressa de 24 de Maio de 2021.

Estudo visa prever inundações em áreas do Vale do Taquari

Intenção é alertar a população sobre a cheia no rio Taquari; cidades sofreram com enchente histórica em 2020

Intenção é alertar a população sobre a cheia no rio Taquari; cidades sofreram com enchente histórica em 2020


/Sofia Royer Moraes/Arquivo Pessoal/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Em maio de 2021 completam oito décadas de um dos maiores eventos naturais da região do Vale do Taquari. Conhecida como uma das mais severas cheias já registradas no rio Taquari, a inundação ocasionada por semanas de chuva naquele ano não tornou a se repetir ou ser superada. Registros históricos apontam que, naquela ocasião, choveu por 22 dias consecutivos no Estado e o rio Taquari atingiu 29,92 metros, causando grandes impactos socioeconômicos e ambientais em toda a região hidrográfica do Guaíba - mais da metade do Rio Grande do Sul.
Em maio de 2021 completam oito décadas de um dos maiores eventos naturais da região do Vale do Taquari. Conhecida como uma das mais severas cheias já registradas no rio Taquari, a inundação ocasionada por semanas de chuva naquele ano não tornou a se repetir ou ser superada. Registros históricos apontam que, naquela ocasião, choveu por 22 dias consecutivos no Estado e o rio Taquari atingiu 29,92 metros, causando grandes impactos socioeconômicos e ambientais em toda a região hidrográfica do Guaíba - mais da metade do Rio Grande do Sul.
Outras cheias, como a mais recente, de julho de 2020, no entanto, lembram da importância do registro e do conhecimento sobre o comportamento dos cursos d'água - rios e arroios, especialmente - e também do volume de chuvas para a previsibilidade de inundações. Por isso, um estudo recentemente publicado com participação de uma professora da Universidade do Vale do Taquari - Univates buscou avaliar, por meio de um cálculo, qual é a antecedência mínima necessária para a previsão de inundações na região de Lajeado. O trabalho é da docente do Centro de Ciências Exatas e Engenharias (CEE) Sofia Royer Moraes em conjunto com Walter Collischonn, Fernando Mainardi Fan, Ayan Fleischmann, Lucas Giacomelli e Vinícius Alencar Siqueira.
O Vale do Taquari é uma área baixa da bacia hidrográfica do Taquari-Antas. Só a área de drenagem do rio Taquari tem cerca de 22,4 mil quilômetros quadrados. A água dessa chuva converge, naturalmente, para um mesmo ponto - o rio Taquari. Em termos de estatística, os registros históricos indicam que a região enfrentou uma inundação a cada 1,5 anos nas últimas sete décadas.
As informações coletadas pelos instrumentos oficiais sobre o nível da água do rio ao longo de diferentes pontos da bacia hidrográfica, em caso de cheias, já são atualmente cruzadas para a criação de modelos e previsões acerca do nível provável que a inundação pode atingir em outros pontos à frente. "Para ser mais assertivo, a gente precisa de mais estações de monitoramento do nível da água e do volume de chuva", afirma a professora Sofia Royer Moraes.
O cálculo desenvolvido, que considera um intervalo de tempo entre 6 horas e 25 horas, leva em conta também o início da cheia no local de interesse. Por exemplo, numa enchente, se às 2h da manhã o nível do rio Taquari em Lajeado começou a aumentar, o intervalo entre 6 horas e 25 horas a partir daquele ponto se torna crucial para determinar o nível máximo que a cheia pode atingir naquele local.
A conta funciona bem para cheias cuja origem está associada ao escoamento de maiores volumes de precipitação na área de drenagem da bacia-hidrográfica a montante de Encantado, que teve a maior cheia da sua história em 2020, mas não para eventos em que maiores índices pluviométricos estão concentrados em regiões de cabeceira de rios que trazem as suas águas para o Taquari, o caso do rio Forqueta, a jusante de Encantado. Por estar situado depois de Encantado, todo esse volume de água não pode ser considerado, pois é imprevisto. "Encantado não recebe a influência do rio Forqueta, e, quando passa pela cidade, o Taquari já recebeu a água dos dois rios anteriores, o Guaporé e o Carreiro. O rio Forqueta é uma carga de água adicional".
Para organizar um sistema de previsão com uma antecedência de 25 horas, são necessários investimentos tanto no desenvolvimento de um sistema de modelagem chuva-vazão, que expanda o cálculo apresentado pelos pesquisadores, quanto na instalação de estações de monitoramento de chuva e vazão com dados telemétricos ao longo de toda a bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas.
De acordo com as estimativas apresentadas pelo estudo, na cidade de Lajeado, somando a vazão do rio Forqueta e de outros afluentes de ordem inferior, em períodos de elevadas precipitações e de grandes cheias, a vazão do rio Taquari pode ultrapassar 12.000 metros cúbicos por segundo (m³/s), e o nível da água pode subir até 15 metros em pouco tempo.
Em julho de 2020, uma grande inundação atingiu as cidades do vale do rio Taquari. A inundação atingiu a marca de 27,39 metros no linígrafo automático do Sistema de Alerta de Eventos Críticos (Sace), instalado no Porto Fluvial de Estrela e mantido pela Agência Nacional das Águas (ANA), do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A inundação de 9 de julho de 2020, que trouxe uma série de estragos, é a quarta maior desde o início da série histórica e a maior nos últimos 64 anos.
Na ocasião, a vazão passou de 14.000 m³/s, subindo de um patamar de 2.000 m³/s até o pico em um intervalo de 30 horas. Os níveis nesse evento demoraram 19 horas para subir 5 m (cerca de 0,26 m/h). Para a inundação de julho de 2020, que teve seu pico às 2h da madrugada do dia 9 de julho, as previsões erraram de forma significativa tanto o nível da inundação quanto o momento da estabilização, dificultando ainda mais as ações de resposta pelas defesas civis municipais.
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