A prorrogação da bandeira preta e a suspensão da cogestão regional levaram ao fechamento do comércio não essencial em todo o Rio Grande do Sul. A preocupação com o equilíbrio entre saúde e economia levou um grupo de 13 vereadores de Novo Hamburgo a assinar moção de apelo aos governos municipal e estadual pela reabertura de lojas que respeitarem protocolos desenvolvidos para conter a proliferação da Covid-19. O texto foi aprovado em sessão, com o voto contrário de Enio Brizola (PT).
Os autores temem que a paralisação do comércio aumente índices de desemprego, fome, miséria, depressão e violência familiar. "Desde março de 2020, o comércio e a indústria têm sofrido com movimentos de restrição de abertura, causando o fechamento de estabelecimentos e o enfraquecimento da economia. A doença deve ser combatida de forma inteligente e estratégica, utilizando os protocolos desenvolvidos para a não proliferação, em especial a limitação de clientes e o uso obrigatório de álcool gel e máscaras", sustentam os vereadores no documento.
Principal idealizadora da moção, Lourdes Valim (Republicanos) levou adiante a iniciativa após ser acionada pela Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade (CDL-NH). "Há consenso das autoridades de que os eventos que estabeleceram o aumento de casos foram as aglomerações em praias, festas clandestinas e comemorações de Ano Novo e Carnaval. Inexiste qualquer estudo que aponte como causador do aumento da disseminação da Covid-19 a abertura do comércio", acrescentam os parlamentares.
O documento ainda menciona a falta de incentivos fiscais para os negócios que permanecem fechados. "Os cidadãos, empresários, comerciantes, lojistas e industriários de Novo Hamburgo precisam trabalhar ou estar com seus estabelecimentos abertos para quitar os impostos nacionais, estaduais e municipais. Durante a pandemia, não houve a redução, parcelamento ou adiamento de muitos tributos. Em alguns casos, houve até o aumento", emendam os vereadores.