Em reunião com a equipe administrativa da Fundação Hospitalar Santa Terezinha, o diretor executivo do hospital, Rafael Ayub ressaltou que atualmente a instituição de saúde opera com déficit mensal de mais de R$ 473 mil. Conforme o diretor, o saldo em caixa da Fundação gira em torno de R$ 6,8 milhões. Porém, a estimativa de custos até 31 de janeiro de 2021 está em cerca de R$ 7,1 milhões.
Ainda, este saldo em caixa está diretamente relacionado com a diminuição de 30% nos serviços prestados pelo hospital no comparativo de 2019 a 2020. Em 2019 foram realizadas 73 mil consultas especializas, sendo que em 2020 esse número caiu para 53 mil. Já em relação aos procedimentos cirúrgicos, o ano de 2019 contabilizou 9.000 solicitações, com um decréscimo de 6.000 no período de 2020. Essa diminuição nos serviços prestados impacta diretamente no custo do hospital, conforme destaca Rafael Ayub.
"O ano passado teve 30% de procedimentos a menos comparado com 2019, o que significa que foram deixados de prestar serviços à comunidade regional. O hospital continuou arrecadando e diminuiu os serviços. Contabilmente, o cenário parece positivo, porém a comunidade foi penalizada e isso é extremamente negativo. Se as receitas não forem investidas é porque não estamos prestando os serviços adequadamente à população", frisa Ayub.
De acordo com o diretor executivo, a equação entre serviços e o orçamento da instituição deixa claro o cenário. "Quanto mais se produz, mais aumenta o déficit. E a nossa visão é de investimento, de atendimento de qualidade à comunidade. No ano anterior, a Fundação Hospitalar não cumpriu a previsão de despesas porque não prestou os serviços na sua totalidade. Outro detalhe é que, devido a Covid-19, a receita se manteve mesmo sem o cumprimento das metas e as despesas diminuíram. Esse cenário não vai se repetir em 2021", pontuou o diretor.
Para 2021, assim como para os próximos anos, a Fundação Hospitalar Santa Terezinha espera manter o equilíbrio financeiro, renovando o contrato com o Estado e com os repasses das prefeituras da região que utilizam o hospital. Com o aumento de procedimentos, principalmente através dos mutirões de saúde, que irão atender diretamente àqueles que mais necessitam de serviços de saúde do hospital, que é referência no interior do Rio Grande do Sul, a entidade buscará o equilíbrio nas contas.