A prefeitura de Novo Hamburgo apresentou a conclusão das obras de restauração do prédio histórico conhecido como Lar da Menina, no bairro Hamburgo Velho. As intervenções estão com pendências há quase 10 anos.
O prédio abrigará a estrutura administrativa da secretaria municipal de Cultura, que hoje funciona no Centro de Cultura, justamente para levar mais atividades e proporcionar circulação de mais pessoas no Centro Histórico de Hamburgo Velho, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), incluindo o imóvel, em 2015. Localizada na avenida Maurício Cardoso, a edificação de 1.070 metros quadrados consiste em um prédio de quatro andares e um anexo de três. O investimento total foi de cerca de R$ 2 milhões oriundos de recursos próprios da prefeitura.
"O antigo Lar da Menina é um exemplo de resgate e fico muito feliz de trazer de volta um pedacinho do passado para a população. Os profissionais envolvidos foram muito dedicados e tudo foi acompanhado por técnicos do Iphan", lembrou Raizer Ferreira, secretário de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários, pasta que executou as obras.
As melhorias no prédio principal, com mais de 677 metros quadrados, incluíram a colocação de esquadrias na fachada, revestimentos e pinturas internas, forros, novo reboco e pintura, instalações elétricas, hidráulicas e de ar-condicionado, bem como pavimentações internas e elevador, além da conexão de 92,63 metros quadros com o prédio anexo, de 299,93 metros quadrados.
Em fevereiro de 2014, foi paralisada depois de deflagrada a Operação Capivara, que apurou supostas fraudes em licitações de construtoras, incluindo a que era responsável pela obra. Logo depois, o contrato com a empresa foi anulado e a restauração permaneceu interrompida. Após tratativas e encontros com técnicos do Iphan e também com o Ministério Público, em abril de 2019 a obra foi retomada, depois de quase seis anos de paralisação.
A prefeita, Fátima Daudt, garantiu que 'ninguém irá acabar com a cultura enquanto ela estiver administrando a cidade'. "A frase - o difícil, fazemos na hora; o impossível pode demorar um pouco mais - pode muito bem caracterizar o que fazemos. A cidade também precisa de cultura, além de educação, segurança, saúde. Vamos lutar por tudo, pois Novo Hamburgo merece", disse a prefeita, lembrando ainda o fato de Novo Hamburgo ter o Conselho Municipal de Educação mais antigo do Brasil
As atividades no prédio iniciaram no final do século XIX, em 1886, quando Jacob Kroeff vendeu sua propriedade para as irmãs Lina e Amália Engel para a estruturação de uma escola de internato feminino voltado a moças evangélicas. A iniciativa oferecia às alunas uma sólida formação moral e cristã, além de prepará-las para os encargos do lar e orientá-las como futuras mães. Em 1895, as irmãs doaram o prédio ao Sínodo Evangélico Rio Grandense (hoje IECLB) e até 1932 na edificação funcionou a Sociedade Fundação Evangélica no Hamburgerberg.