As casas de festas e eventos de Novo Hamburgo foram fortemente impactadas pelas restrições inerentes à pandemia do novo coronavírus. O segmento está com as atividades suspensas desde o dia 15 de março. Em outubro, o governo do Estado chegou a publicar decretos permitindo o retorno de eventos infantis e sociais em cidades com vigência das bandeiras amarela ou laranja. No entanto, de acordo com empresários, os limites de público estabelecidos no protocolo inviabilizam a operação.
Segundo Serafim de Souza, representantes das casas de festas, o segmento já teve duas reuniões com o Executivo, mas sem grande avanço. Os empresários pleiteiam a criação de um fundo garantidor e a isenção de impostos. "Estamos sem faturamento desde o dia 15 de março. São oito meses implorando por ajuda e não conseguindo nada. E o próximo ano também não será fácil, com todos esses problemas acumulados", argumentou. Souza informou que representantes das casas de festas e eventos atuaram na elaboração de protocolos para a retomada gradual das atividades, que teriam sido aprovados pelos órgãos estaduais. No entanto, os decretos publicados trouxeram normas diferentes.
A principal crítica é quanto ao número máximo de participantes, que varia de 70 a 100 pessoas conforme a bandeira vigente (somando público e trabalhadores). Souza defendia a limitação percentual com base no teto de ocupação do estabelecimento. "O custo operacional com 70 pessoas é inviável. Vemos aglomerações em todos os lugares, como restaurantes, pubs, praias, comícios políticos, sem a mínima fiscalização ou segurança sanitária. E nós ainda não voltamos. Nossa classe está definhando em todos os segmentos. Sabemos que existe um inimigo invisível, mas temos um inimigo visível nos atacando diariamente", salientou.
Ainda de acordo com Souza, muitas casas de eventos já encerraram suas atividades em Novo Hamburgo. Conforme levantamento apresentado em julho pelo setor, há mais de 60 empresas do ramo na cidade, movimentando o mercado de trabalho com a contratação de garçons, copeiros, cozinheiros, fotógrafos e seguranças. O estudo estima que, em tempos normais, o segmento gere em torno de R$ 1,8 milhão por mês.
Questionada sobre as demandas, a prefeitura de Novo Hamburgo afirmou não tem autonomia para deliberar sobre a questão do limite de ocupação, uma vez que aderiu ao modelo de congestão do modelo de distanciamento controlado do governo do Estado. Sobre as reuniões acerca de incentivos ao setor, na avaliação do município, como se trata de uma realidade regional, a questão de um eventual fundo garantidor também deve ser deliberado de forma regional.