Um estudo traçou um perfil epidemiológico dos cães e gatos recolhidos pelo Centro Municipal de Proteção aos Animais (Cempra), de Novo Hamburgo, no período de 2017 a 2019. O trabalho foi realizado em parceria com os médicos veterinários do Canil Municipal de Novo Hamburgo (Cempra) e realizado por uma aluna da Universidade Feevale.
O estudo lembra que a população de cães e gatos tem aumentado progressivamente. Em 2018 foram contabilizados 54,2 milhões de cães e 23,9 milhões de gatos no Brasil. "Os benefícios que os pets trazem aos seus tutores são amplamente conhecidos, no entanto, práticas como maus-tratos, abuso e abandono geralmente são reportadas e geram punições", afirma Bruna Scherer, que fez o estudo, acrescentando que nesta semana foi sancionada uma lei que aumenta a pena para quem maltratar cães e gatos. A pena passa a ser de dois a cinco anos de reclusão, multa e proibição da guarda de animais. Antes, o máximo era de três meses a um ano de detenção, mais multa.
Foram registrados 737 pedidos em 2017 e 1.300 em 2018. Em 2019, devido à inserção da estudante no local, foi possível realizar um detalhamento das solicitações. Nesse ano, dos 1.223 pedidos, 36% (445) foram atendidos; os demais não foram considerados, pois em algumas solicitações o animal possuía tutor - foi recolhido por ONG ou por morador local - ou não foi encontrado.
O Cempra recolhe animais não castrados e/ou que apresentam complicações anatômicas, morfológicas, nutricionais e/ou infecciosas. Das 445 solicitações atendidas no ano passado, foram recolhidos 910 animais, já que normalmente mais de um animal é atendido em um único pedido, totalizando 720 cães e 190 gatos.
Nos cães, casos de cegueira, claudicação e desidratação foram reportadas em 9,8% das vezes e atropelamento em 9,3%. A solicitação por castração foi a mais frequente, correspondendo a 70,8% das vezes. Foram observados, também, outras doenças críticas aos animais.
Segundo Bruna, a castração não é suficiente para reduzir as populações de cães e gatos no município. Além disso, questões orçamentárias para atendimento veterinário, viagens e falta de conhecimento e tempo dos tutores levam ao abandono dos animais. "Programas de educação e conscientização da população em prol da saúde pública e bem-estar da população animal e humana podem ser soluções para reverter esse cenário", ressalta.
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