Um total de 42 baleias-francas (20 mães acompanhadas de filhotes e 2 adultas sozinhas) foram avistadas no monitoramento aéreo realizado entre o litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse foi o principal sobrevoo de monitoramento da temporada 2020, já que setembro é o auge do período reprodutivo das baleias-franca, quando um maior número de indivíduos é registrado no litoral sul do Brasil. O próximo sobrevoo está previsto para novembro, no fim da temporada.
Intitulado expedição ProFranca, o sobrevoo estendido é uma ação conjunta do programa de monitoramento das baleias-francas da SCPAR Porto de Imbituba (SC) e do Projeto Franca Austral, realizado pelo Instituto Australis, com patrocínio Petrobras. Além do tradicional monitoramento que abrange a região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, entre Torres, e Florianópolis (SC), o percurso foi estendido e começou no município de Santa Vitória do Palmar, extremo sul gaúcho, percorrendo cerca de 1.000 quilômetros de costa até a cidade de Penha, no litoral norte de Santa Catarina.
Dentro da área regularmente sobrevoada em anos anteriores, entre a capital catarinense e Torres, cidade mais ao norte do litoral gaúcho, foram avistadas 30 baleias, sendo (15 mães acompanhadas de filhotes), um número menor que observado em setembro do ano passado, quando foram avistadas 52 baleias no mesmo trecho.
A maior concentração foi registrada em Laguna (SC), com 24 indivíduos, seguido de Mostardas (RS), com 10 baleias, Jaguaruna (6) e Capão da Canoa (2). Além das baleias, foram avistados grupos de toninhas, lobos e leões marinhos e golfinhos nariz-de-garrafa.
A equipe de monitoramento aéreo, formada por 1 a 2 observadores e um fotógrafo, faz o censo e o registro da localização dos indivíduos, além da fotografia das baleias. As fotos serão utilizadas na identificação dos indivíduos adultos, possível através de calosidades que cada animal possui sobre a cabeça, únicas para cada baleia-franca, como se fosse uma impressão digital.
A baleia-franca é uma espécie ainda ameaçada de extinção no Brasil, e conta com uma população estimada em 500 indivíduos e uma taxa de crescimento de 4% ao ano. Os números são resultado de uma tese de doutorado apresentada este ano, contemplando a uma análise de 15 anos de dados dos sobrevoos de monitoramento da espécie. A realização e continuidade deste monitoramento sistemático de longo prazo é fundamental para acompanhar a recuperação populacional da espécie no sul do Brasil.