A iminência de ver o trabalho de uma vida se somar às estatísticas de empresas que foram à falência por causa da pandemia de Covid-19 impulsionou empresários hamburguenses a se juntarem em busca de auxílio do poder público. Representantes da União das Casas de Festas e Eventos (UCFE) conversaram com vereadores de Novo Hamburgo e entregaram um diagnóstico do segmento e uma série de reivindicações da categoria.
O setor está com as atividades suspensas desde o dia 15 de março. Segundo a UCFE, foi o primeiro ramo a parar diante do surto de coronavírus, e deve ser o último a receber autorização para retomar as atividades. Levantamento recente feito pelo grupo indica que há mais de 60 empresas dessa área em Novo Hamburgo, envolvendo as contratações de garçons, copeiros, cozinheiros, fotógrafos, seguranças, entre outros, com renda média de R$ 850,00 mensais, de acordo com Claudinei Nunes de Almeida, que é dono de uma casa na cidade.
O grupo encaminhou ao poder público os seguintes pleitos: subsídio da prefeitura de recursos que seriam utilizados para eventos ou de outro fundo (verba livre), com rateio entre as empresas do ramo; apoio institucional do município junto ao Banrisul, para que o segmento tenha uma linha de crédito especial e intermediação da prefeitura junto ao Badesul e BRDE, que estão com linhas de crédito alternativas devido à Covid-19.
As projeções do grupo, caso a situação se mantenha, são de um cenário desolador. "Se não houver um subsídio para custear nosso setor nesse período de impossibilidade de reabertura, 90% das empresas vão sumir do mercado. Estamos pedindo socorro. Sabemos que há o entendimento de que não somos essenciais. Algumas casas já enfrentam ordem de despejo, além de cobranças judiciais de clientes que cancelaram seus eventos e não aceitam remarcações", declarou Almeida.
Almeida esclareceu que o documento que traziam em mãos não se tratava de um manifesto de reabertura. O estudo traça a situação do segmento, que, conforme estimativa, gera cerca de R$ 1,8 milhão por mês. "Entendemos e apoiamos o município em priorizar a saúde da nossa população. Infelizmente não é o momento de reabertura para nós", aponta o texto entregue aos vereadores.
O grupo esclareceu que precisaria de crédito com carência de no mínimo dois anos e juros de 2,25% ao ano. Eles propuseram ainda como contrapartida ao recurso alcançado pelo Município a promoção de atividades de lazer para as escolas e Centros de Referência de Assistência Social (Cras) após a pandemia.