"O modelo de distanciamento controlado adotado no Rio Grande do Sul não é para ser deixado na prateleira e sim colocado em prática. Assim, ele é passível de flexibilização e pode ser mudado a partir dos recursos que recebemos e julgamos." A afirmação foi feita pela coordenadora do Comitê de Dados da Covid-19 no Estado, Leany Lemos, em live promovida nesta semana pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). Durante a conversa, a coordenadora explicou como o governo do Estado trabalha para definir as bandeiras de cada região.
Em quase duas horas de transmissão, Leany ressaltou que a construção do distanciamento controlado mobilizou dezenas de especialistas. É baseado em 11 indicadores que medem a velocidade do avanço do novo coronavírus e a capacidade de resposta da área de atendimento. "O objetivo foi ser um ponto de equilíbrio, propondo uma convivência com a pandemia. A única segurança que dispomos para conter a doença é o isolamento e os cuidados recomendados", pontuou.
Leany defendeu o modelo como algo "vivo e aberto". "Não há certezas. Nossos finais de semana, ao julgarmos os recursos, são tensos, quando fazemos muitos questionamentos mútuos. O pensamento científico é questionador. É por isso que a ciência avança", defendeu a entrevistada ao ser interrogada sobre pontos em que o modelo deixa de atender totalmente às necessidades de todos os públicos envolvidos.
Leany observou que ainda não há uma concepção final sobre como irá funcionar essa nova etapa do distanciamento controlado. No entanto, antecipou que o governo manterá o sistema do mapa de cores conforme o risco de avanço da pandemia em cada região. "Estamos iniciando as discussões com os prefeitos. Muitos cobram maior autonomia para definir as restrições em suas cidades, outros querem que o governo continue coordenando o modelo. A tendência é dividir as decisões com cada associação regional", antecipou.
Por fim, a secretária defendeu o modelo adotado pelo Estado. "Podemos dizer que essa fase um do modelo impediu que o sistema de saúde entrasse em colapso como vimos em outros estados. Agora, poderemos entrar numa segunda fase, que será de cogestão com as regiões, o que não significa relaxar nas medidas", destacou.