A chuva que desde domingo cai de forma quase intermitente já causou transtornos em Santa Cruz do Sul. Durante toda a quarta-feira, dia 8, a Defesa Civil atuou na remoção de famílias no bairro Várzea, próximo a Praia dos Folgados, cujas residências foram invadidas pela água. Em 36 horas, o acumulado no município chegou a 140 milímetros e o Rio Pardinho transbordou.
A estação meteorológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) registrou, na terça-feira, o maior volume de chuva para um dia de julho. Foram 116 milímetros, superando uma marca de 2004, quando foi registrado quase 105 milímetros na cidade. Desde quando as medições começaram, feitas pelo Ministério da Agricultura em 1914, não havia tamanha chuva em um único dia na cidade.
Um caminhão foi utilizado no transporte dos moradores, que foram levados para a Escola Guido Herberts, onde permanecerão alojados até que o nível do rio recue e eles possam retornar para suas casas. Dentre os desalojados encontram-se crianças e idosos com dificuldade de locomoção. Somente ontem, cerca de 25 pessoas foram removidas.
A dona de casa Franciele dos Santos Corrêa, de 22 anos, chegou na escola junto com um amigo, um sobrinho e um bebê de um ano e sete meses. Ela já havia saído de casa para se abrigar na residência da mãe, que mora em uma parte mais alta da rua, porém ali a água também acabou entrando. Franciele já perdeu a conta de quantas vezes já passou pela mesma situação. "Já estou acostumada, mas com criança essa é a primeira vez", contou.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil no município, tenente Barbosa, embora a chuva estivesse mais fraca na quarta-feira, ainda há a possibilidade de mais chuvas nas próximas horas, o que pode elevar o nível do Rio Pardinho, causando alagamentos em mais residências. "Foi muito grande o acumulado pluviométrico e desta vez está sendo um pouco atípico, porque na cabeceira em Sinimbu o Rio Pardinho ainda não saiu e aqui ele já transbordou, atingindo ruas que dificilmente em outras épocas de cheia alagariam", disse.