Prefeitos da região metropolitana e Vale do Sinos fizeram uma reunião nesta semana, em que discutiram ações conjuntas de enfrentamento à pandemia do coronavírus. A proposta deste debate regional partiu do prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, que está preocupado com o avanço da curva de contaminação, ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva, e agora uma urgência a mais, que é a iminente falta de medicamentos e de profissionais de saúde afastados por Covid-19.
Todos os prefeitos presentes, representantes de nove municípios, apresentaram as dificuldades em manter estoque de remédios e insumos imprescindíveis para o tratamento dos pacientes graves de Covid. Algumas cidades, entre elas São Leopoldo, estão com os estoques reduzidos e sem perspectiva de receber do Ministério da Saúde. Os testes também já estão acabando e o Ministério da Saúde não sinaliza reposição para os próximos dias.
Ficou decidida a elaboração de um documento conjunto entre as Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Granpal), do Vale do Sinos (Amvars) e anuência da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). No texto, serão pedidas providências imediatas do governo estadual e Ministério da Saúde em relação à escassez dos medicamentos e também de testes.
Outra ação proposta pelos prefeitos é exigir do governo estadual a adoção de medidas mais duras de isolamento social. "Este é o único meio que temos para estancar a curva. Mas o governo estadual parece estar mais afeito a ceder às pressões econômicas do que realmente determinar as ações previstas inicialmente nas bandeiras, que estão sendo estraçalhadas desde o início do critério anunciado para o controle do distanciamento. Ou seja, faz de conta que fecha e a gente faz de conta que acredita", critica o prefeito de São Leopoldo. "Os prefeitos não podem carregar sozinhos este problema gravíssimo de saúde e ainda bancar as perdas econômicas que serão também muito sérias. Medidas de recuperação da economia precisam ser encaminhadas, como linhas de crédito, por exemplo'', disse Vanazzi.
Ele sugeriu uma postura de isolamento e distanciamento controlado de caráter regional. "Na minha cidade temos um controle, mas cidades vizinhas e próximas não. Então, na ocupação dos hospitais, são as maiores que precisam resolver. Parece muito fácil se eximir de responsabilidade e depois colocar o ônus em cima de outros gestores", afirmou o chefe do Executivo.