O grupo de pesquisa do Testa Lajeado divulgou os resultados preliminares da segunda etapa do estudo. Realizado pela Universidade do Vale do Taquari - Univates, por iniciativa da prefeitura de Lajeado, a pesquisa, por meio de amostragem probabilística, busca analisar a prevalência de coronavírus no município.
A segunda fase da pesquisa foi realizada de 13 a 17 de junho, em Lajeado, com uma amostra de 1.127 participantes. Da amostra, 23 pessoas tiveram resultado positivo no teste para identificar a contaminação por coronavírus.
A primeira fase da pesquisa, realizada de 30 de maio a 4 de junho, teve uma amostra de 1.450 participantes, sendo 45 pessoas (3,93% de prevalência ajustada) com resultado positivo para a Covid-19
Quando analisadas as duas etapas juntas, a prevalência da doença no município de Lajeado é de 3,22%, ou seja, a estimativa é que 2.061 adultos tenham sido infectados na cidade, indicando baixa subnotificação de casos no município, que tem 1.585 confirmações. Segundo aponta o estudo, a proporção de casos notificados em relação aos estimados é de 74,1%, ou seja, para cada caso notificado, há 1,35 infectado não contabilizado pelos registros oficiais.
De acordo com os pesquisadores, Ioná Carreno Rafael Picon, a prevalência não é um indicativo de que as medidas de proteção podem ser deixadas de lado. "Ainda devemos ter cautela em relação à pandemia. Temos que ficar atentos a novos casos, mas, até o momento, o que parece acontecer é a estabilidade do número de casos em Lajeado. Alertamos que a população continue com os cuidados como o uso de máscara, lavagem das mãos e uso de álcool em gel", alertam os pesquisadores.
A grande discrepância entre a prevalência de infecção em trabalhadores de frigoríficos com a dos demais trabalhadores revela que a disseminação do vírus em Lajeado ficou, em parte, restrita às suas plantas frigoríficas. Se houvesse distribuição mais uniforme do vírus por todo o município, não se observaria tamanho contraste entre os trabalhadores de frigoríficos e não trabalhadores de frigoríficos, apontou o estudo.
A prevalência por faixa etária apontou que os mais infectados estão na faixa etária entre 40 e 59 anos, seguido bem de perto pelos adultos entre 20 a 39 anos. Os idosos com 60 anos ou mais vêm em terceiro lugar. No entanto, quando analisado o risco, ele varia de 0,1% para pessoas com 20 a 39 anos de idade a 7,6% para idosos com 60 anos ou mais. A proporção de adultos infectados que necessitaram de hospitalização foi de 3,6%.
A terceira etapa, prevista para iniciar no sábado, está em avaliação e não deve começar no dia 27, conforme cronograma inicial. Ainda será definido se há a necessidade de uma nova amostragem. O relatório final, com todos os dados da pesquisa, deverá ser entregue ao poder público em julho.