A situação é complicada para milhares de pessoas que atuam na principal fonte econômica de Parobé, o ramo calçadista. Conforme dados preliminares entregues pela entidade que representa os trabalhadores da indústria do calçado, mais de 1,1 mil pessoas já foram demitidas das empresas do município desde o início da pandemia.
No entanto, esse cálculo não inclui aqueles que mantinham contratos temporários nas fábricas. Por isso, representantes do setor estimam que o número pode chegar a quase 2 mil pessoas. "Há uma grande preocupação das empresas em não desligar nenhum funcionário, mas estamos acompanhando a chegada de um cenário muito delicado de demissões. Estamos trabalhando quase que 24 horas para atender essas pessoas", comentou o presidente do Sindicato dos Sapateiros, João Pires.
Com esses números, o município deve sofrer um forte impacto negativo na economia e também na oferta de ações ligadas à assistência social. "Estamos muito preocupados com as consequências dessa situação e de que forma o poder público poderá atender à demanda de pessoas que vão precisar de auxílio", explicou o vereador que preside a comissão, Gilberto Gomes.
Uma das grandes preocupações é o fechamento das empresas terceirizadas, que representa uma parcela significativa na geração de empregos do município. "Nós aqui estamos falando de empresários que também precisam de ajuda, que necessitam de amparo e orientação para que não fechem suas portas", destacou o vereador Dari da Silva, que participou de uma reunião com representantes do setor.
Mesmo com a redução da produção de calçados, empresários buscam de todas as formas manter a equipe de trabalho. É o caso da fábrica João Atelier de Calçados, que diminui em 50% o número de funcionários. "Estamos sentindo diariamente as dificuldades, mas otimistas de que isso vai passar, mesmo que demore", afirma a empresária Elisângela Rosa dos Santos.
Além dos trabalhadores da indústria calçadista, os parlamentares também ouviram o representante dos comerciários. "Pela nossa estimativa, cerca de 30 funcionários do comércio foram demitidos. Ainda é uma parcela pequena, mas a expectativa é de que infelizmente esse número venha a aumentar nas próximas semanas", salientou o representante da categoria. Nesta semana, a comissão dá continuidade ao recolhimento de dados para o mapeamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus e qual o impacto que as perdas terão no cofre do município.